Alexandrino participou num debate sobre ensino público/privado promovido pela Eptoliva em parceria com o Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital afirmou, ontem, não se rever nos “ranking´s” escolares que elegem as melhores escolas a nível nacional, dizendo mesmo que se não fosse um debate sobre educação diria aos políticos do país onde deveriam colocar essa avaliação que anualmente é feita aos estabelecimentos de ensino.
José Carlos Alexandrino intervinha no final de um debate promovido pelo Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, que colocou em debate ensino público/ensino privado, saindo em defesa da escola pública enquanto “garante da igualdade de oportunidades no acesso à educação”. Alexandrino acredita que o problema da escola pública é um problema de “incompetência de um conjunto de ministros”, e não um problema de sindicatos e de luta de professores, como um dos convidados e professor de um colégio com contrato de associação com o Ministério da Educação, fez soar durante o debate, que se “quiseram desacreditar a escola pública” com o objetivo de favorecer o negócio dos colégios privados.
“Nos hospitais já está a acontecer um pouco isto, já temos saúde para ricos e a saúde para pobres, na justiça também, e na educação não queremos que haja educação para ricos e outra para pobres”, afirmou o edil que vê com alguma “dificuldade” as autarquias assumirem a gestão desta área para além do que já fazem no pré escolar. “Será que é a autarquia que está vocacionada para tomar conta das escolas, tenho algumas dúvidas, porque dão-nos as competências e depois não nos dão os meios, enganam-nos sempre”, referiu ainda Alexandrino, que foi uma das vozes que mais se ouviu contra os mega agrupamentos, sobretudo contra a forma como foi reorganizado o parque escolar no concelho, com a fusão de cinco agrupamentos num só.
Também o presidente do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, Carlos Carvalheira, saiu em defesa da escola pública, lembrando que esta, contrariamente ao ensino privado, é “inclusiva”, havendo lugar “para todos” independentemente da sua condição económica. “Não podemos limitar o acesso à educação só porque os pais têm ou não têm dinheiro”, considerou o professor e dirigente escolar, referindo-se também aos ranking´s com alguma “desconfiança”. Aliás, o presidente do AEOH entende que as escolas privadas aparecem mais nos lugares cimeiros que as escolas públicas, porque os alunos são oriundos das privadas são oriundos de um estrato sócio económico elevado, onde a maioria dos encarregados de educação tem possibilidades, para além da escola, de pagar “explicações a peso de ouro”. Enquanto “na escola pública cai tudo, e aparece um conjunto de alunos sem grande motivação”, fez o termo de comparação, acreditando que as melhores escolas são aquelas que oferecem um ensino de qualidade.
Uma opinião que chocou com a visão trazida pelo professor e atual eleito pelo PSD à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, Luís Correia, para quem deveriam ser as autarquias a assumir a gestão da educação nos seus concelhos e não a “5 de Outubro”, defendendo ainda um modelo privado para as escolas que “responda perante os seus utilizadores” que são os alunos e os pais, e não os professores, na medida em que considera que a escola pública está hoje refém da “ideologia dos sindicatos”.