União de Freguesias pede explicações à Delegada Regional e diz que Cristina Oliveira ainda está a tempo de “rever” decisão.
A União de Freguesias da Lagos da Beira e Lajeosa ameaçou tomar uma “posição de força” contra o encerramento da escola do primeiro ciclo da Lajeosa, cujo fecho consta da lista divulgada esta semana pela Direção Regional de Educação do Centro.
Depois da polémica extinção da freguesia, os autarcas eleitos pela nova União de Freguesias lamentam agora mais uma “malandrice” que é feita à Lajeosa, ao mesmo tempo que questionam os critérios da Delegada Regional de Equipamentos Escolares e vereadora na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Cristina Oliveira, para fechar esta escola e não outras no concelho, com igual número de alunos. “A Lajeosa já foi bastante sacrificada, já perdeu a sua identidade de freguesia, e nós gostávamos de saber quais são os critérios para fechar esta escola”, afirmou, durante uma tomada de posição pública, o presidente da União de Freguesias de Lagos e Lajeosa, José António, garantindo que os órgãos eleitos estão com a população para “partir com alguma luta relativamente a esta situação”.
Depois do que aconteceu com a extinção da Junta de Freguesia, o autarca começa a pensar que “há uma perseguição política à Lajeosa”, até porque “há outras escolas no concelho com o mesmo número de alunos e não fecharam”. “Porquê a Lajeosa e não Vila Franca é uma questão que gostaríamos de colocar”, adianta o autarca, acreditando que este encerramento irá “acelerar ainda mais a desertificação desta localidade”.
Também o representante da Lajeosa na União de Freguesias, Paulo Sérgio, confessou tristeza por ver “uma das coisas mais importantes” desaparecer, e deixou o repto à delegada regional para vir à Lajeosa e dar a cara perante os pais, explicando os critérios que estão na base do fecho desta escola. Inconformados com o anúncio da DREC, os autarcas já pediram uma audiência a Cristina Oliveira, esperando que esta seja rápida a recebê-los, pois “ainda está a tempo de rever esta situação”.
“Começa a ser demais”, acrescentou ainda o representante da Assembleia da União de Freguesias, Rui Pedro, que desafia os lajeosenses a “pensar seriamente em tomar uma posição de força”. “Gostávamos de saber qual o motivo porque a Lajeosa foi uma vez mais sacrificada, quando eu sei que Vila Franca tem 11 alunos e não fechou”, questiona o autarca, pedindo uma “explicação plausível” por parte da DREC. “Como lajeosense começo a sentir-me ferido e vou incentivar a população a tomar medidas de força que é a única maneira de nos fazermos notar e dizer que basta da Lajeosa ser um bode expiatório”, entende Rui Pedro, prometendo estar ao lado de quem quiser lutar pela manutenção da escola.
Solidária com a posição dos autarcas da Lajeosa está também a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e a sua vereadora da educação, Graça Silva, que lembrou já não bastar a “grande atrocidade” cometida o ano passado ao território educativo do concelho, relativamente à agregação de escolas, para agora ser novamente prejudicado. “Esse sentimento de perda foi transmitido à senhora diretora regional de que chegava de encerramento de escolas pelo menos para este ano e a posição da Câmara Municipal, concertada com o Agrupamento de Escolas, era de que para este ano o mais correto era não haver nenhum encerramento, a menos que houvesse um número muito pequeno de alunos, que pusesse em causa a qualidade do ensino”, fez notar a vereadora da educação, mostrando assim o seu desagrado com a decisão da DREC de antecipar o fecho desta escola, quando ela “naturalmente” encerraria no próximo ano, devido à redução do número de alunos. (leia mais na edição impressa)