José Carlos Alexandrino e José Tereso reuniram ontem, depois de um “ultimato” dos médicos, que prometeram parar o serviço a partir de segunda-feira.
«Neste momento não se põe em causa o fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital». Palavras do presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, ontem à noite ao Diário de Coimbra, depois de uma reunião com da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro. «Estão garantidas as condições mínimas para o seu funcionamento», adiantou José Carlos Alexandrino, reconhecendo, muito embora que «ainda há muita precariedade» relativamente ao funcionamento do SAP do Centro de Saúde. «Pretendemos encontrar uma solução duradoura e que tenha qualidade médica», adiantou o autarca, confiante que o problema dos médicos ao serviço no concelho «vai ser resolvido» a breve trecho e de forma definitiva, numa ação concertada «entre a ARSC e a Câmara». José Carlos Alexandrino adianta que há «linhas mestras» a seguir e, sobretudo, salienta a atitude de «diálogo» e de «portas abertas» que ontem sentiu por parte da ARSC, o que não aconteceu nos últimos tempos.
Uma reunião com caráter de urgência, realizada ontem, depois de os médicos terem mostrado “cartão vermelho”, manifestando-se indisponíveis para assegurar o funcionamento do SAP a partir de segunda-feira.
Numa carta a que a Lusa teve acesso, enviada ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, ao presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Tereso, e a outras entidades, os médicos alertam para a «situação insustentável que atualmente se vive» no SAP de Oliveira do Hospital. Um serviço que, afirmam, «na prática, funciona como um Serviço de Urgência Básico, aberto 24 horas por dia e 365 dias por ano, e apenas é assegurado atualmente por quatro médicos da UCSP de Oliveira do Hospital, para o total de 42 horas por semana de trabalho em urgência – e mais algumas horas de outros três médicos – apesar de estarem dispensados destas funções pela idade», afirmam.
Segundo os seis profissionais que subscrevem o documento, tem-se verificado «a impossibilidade do preenchimento da escala, havendo a necessidade de se proceder a turnos de permanência do mesmo médico durante 24 horas seguidas», um problema registado «nomeadamente desde o início» deste ano. «Esta situação decorre do incumprimento dos turnos atribuídos a uma empresa de subcontratação médica e da escassez dos recursos humanos da UCSP», referem, explicando que tais factos «estão a originar a exaustão dos profissionais de saúde, podendo pôr em causa a sua própria saúde, a segurança dos utentes e aumentando a probabilidade de erro médico».
O documento salienta que, «apesar dos inúmeros avisos às entidades competentes, não se obteve até à presente data qualquer resposta» e os médicos expressam a sua «impossibilidade em assegurar o funcionamento» do SAP.