Espaço envolvente à igreja moçárabe, onde se desenrolou este fim de semana a feira, está a ser todo requalificado e quer vir a receber mais visitantes no futuro.
A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital quer tornar a Feira Moçárabe de Lourosa mais conhecida do público depois da requalificação da envolvente à igreja, cujas obras deverão estar concluídas em setembro.
Depois de mais de duas décadas de reivindicação da Junta de Freguesia local junto de anteriores executivos camarários, o presidente Américo Figueiredo garante que este é finalmente um “sonho cumprido”, fechando com “chave de ouro” os seus 12 anos à frente desta freguesia que este fim de semana, recriou mais uma viagem ao século X.
“Andamos há mais de 20 anos atrás destas obras, finalmente isto é possível graças a um grande amigo de Lourosa que tem sido o nosso presidente da Câmara” afirmou o autarca, congratulando-se com a dinâmica que o atual executivo tem dado à sua freguesia, nomeadamente por ter conseguido o financiamento para a requalificação da envolvente à igreja moçárabe, com mais de 1100 anos de existência e considerada um monumento único na Península Ibérica.
Uma intervenção mais que merecida, segundo o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, que não tem dúvidas que a partir de agora, estão reunidas as condições para tornar mais conhecido não só aquele monumento nacional, como a própria feira moçárabe que vem sendo realizada nos últimos anos na sua envolvente. “Este era um monumento nacional que merecia ter uma requalificação com dignidade, porque isto tem um enorme potencial turístico” acredita o edil, que não esconde a ambição de dar outra dimensão e outra projeção a esta feira.
“Esta feira enquadra-se nesse espírito de promoção deste importante património, e por isso vai ter que dar um salto qualitativo”, entende Alexandrino para quem “ainda há algum trabalho a fazer” para promover este monumento raro e este evento anual. “Os primeiros passos estão dados, porque quando aqui chegámos não tínhamos nada e com certeza é preciso fazer muito mais para afirmar Oliveira do Hospital como destino de excelência a nível do seu património”.
Também a vereadora da cultura, Graça Silva, que durante o fim de semana andou literalmente vestida à época, entende que é preciso apostar mais na “marca” Lourosa e na sua feira moçárabe, agora que estão praticamente concluídas as obras de requalificação da envolvente à igreja. “Este é um espaço magnífico, único na Península Ibérica que tem todas as condições para ter um evento marcante no nosso país e espero mesmo a nível internacional”, considera a autarca, acreditando que com esta beneficiação, a igreja moçárabe de Lourosa vai ganhar “outra imponência”.
“Estas obras vão fazer com que este espaço seja ainda mais visitado, não só pela igreja, mas também pelas sepulturas antropomórficas”, já que na sequência das escavações que se realizaram “foi descoberta a maior necrópole a nível nacional, com 31 sepulturas que vão também ser uma referência histórica”, garante a vereadora, apostada em dar a conhecer Lourosa a nível nacional e internacional, pois “aqui temos algo diferenciador para oferecer ao turista”.