Águas do Zêzere e Côa iniciou várias infra estruturas de saneamento no concelho Oliveira do Hospital que tarda pôr em funcionamento.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital voltou a lamentar que, volvidos vários meses, e nalguns casos, até mesmo anos, do início das obras de saneamento nas freguesias, os problemas com os esgotos continuem por resolver.
Um dos casos mais gritantes é a freguesia de S. Sebastião da Feira, onde apesar da conclusão da ETAR, as fossas continuam a drenar a céu aberto, prejudicando o ambiente e até o próprio turismo que no verão frequenta aquela praia fluvial. Situação igualmente crítica vive-se na freguesia de Lagos da Beira, onde há vários meses não há quem pare com o cheiro a “porcaria”, mesmo no centro da aldeia. “As pessoas queixam-se e têm razão, porque há dias que aquilo é um pivete desgraçado”, reconhece o presidente da Junta, José António Guilherme, que com três mandatos autárquicos quase completos, continua sem ver resolvidos os problemas de saneamento na freguesia. “Em Lagos faltam as ligações à ETAR da Lajeosa”, explica o autarca, à espera há vários meses pela conclusão da estação elevatória, que entretanto ficou pronta, faltando a ligação à Estação de Tratamento. Enquanto isso, os maus cheiros não deixam indiferente quem por ai passa. “É uma situação desagradável, às vezes nem sei como é que as pessoas conseguem aguentar ali ”, constata o presidente da Junta, lembrando que não é por falta de pressão que o problema dos esgotos a céu aberto não está resolvido. “As pessoas têm-nos chateado e com razão, porque há dias em que aquilo é insuportável”, garante José Guilherme, dizendo não perceber a razão porque as ligações à nova ETAR ainda não foram feitas.
Uma “vergonha” é como o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital classifica este processo, da responsabilidade das Águas do Zêzere e Côa. “Não percebemos que as obras lançadas no terreno não estejam concretizadas”, critica o edil, queixando-se sobretudo da forma “demasiado lenta” como estão a ser feitos os investimentos nesta área no concelho. “Há um conjunto de estações elevatórias que estão concluídas e não se compreende que haja fossas que continuem a drenar a céu aberto”, refere Alexandrino, dizendo ter levantado já por diversas vezes a questão nas reuniões das AZC, mas “eles defendem-se com o ministro das finanças”.
Sem dinheiro para pôr os sistemas de tratamento de esgotos a funcionar, quem sofre são as populações que, além dos maus cheiros, vêm os próprios terrenos agrícolas e linhas de água a ficarem afetadas. A situação que se arrasta há mais tempo é a ETAR de Meruge, cuja construção começou já vai para dois anos e ainda não está a funcionar, faltando ainda a construção das respetivas estações elevatórias na freguesia. Ainda no verão, com o caudal das ribeiras quase seco, houve populares a denunciarem a “porcaria” que se acumulava nas suas margens, atraindo insectose maus cheiros para o local. Uma situação que não é única e que a Câmara Municipal assume como “prioritária” resolver este mandato, à frente de outras obras de “fachada”.