Bombeiros reclamam pagamento de dívida de dois milhões aos CHUC.
Os Bombeiros do Distrito de Coimbra estão em “asfixia”. Em causa está uma dívida de dois milhões de euros do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra relativa a serviço de transporte de doentes que, segundo o presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Coimbra, António Simões, não é pago desde janeiro de 2016.
A situação foi ontem denunciada ao secretário de Estado da Administração Interna, durante a sessão solene comemorativa do 95º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, para que o governante possa “interceder” junto do colega da Saúde, para resolver o problema.
António Simões lembra que os bombeiros asseguram grande parte da fatia dos transportes de doentes quer para a ARS, quer para o CHUC, e se da parte da ARS os pagamentos vão sendo feitos “com alguma regularidade e cumprindo os prazos que estão estipulados”, já do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, essa situação “não tem acontecido, pese embora as nossas insistências”, afirmou.
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito garante que há corporações que somam neste momento mais de 150 mil euros de dívida, o que as coloca em sérias dificuldades para “honrarem os seus compromissos”. “Nós sabemos que o CHUC são um mundo, que têm muitos problemas burocráticos e financeiros para resolver, mas isto está a chegar a um ponto em que há associações que estão a entrar em sufoco financeiro, que não têm dinheiro para o gasóleo, que estão com problemas para reparar as suas viaturas porque não recebem, porque nós estamos todos os dias a transportar doentes e somos cada vez mais solicitados para transportar doentes do hospital até para outros hospitais”, referiu aquele dirigente, que pediu a intervenção do Secretário de Estado no sentido de ajudar a resolver o problema com o homólogo da Saúde.
Preocupado com o atraso nos pagamentos por parte do CHUC, António Simões lembra que as associações “vão entrar no período mais complicado e de maior despesa”, pelo que, esta segunda-feira foi já marcada uma reunião com as associações todas do distrito para debater esta questão, uma vez que, esclarece, não está em causa os bombeiros deixarem de prestar este serviço aos hospitais de Coimbra. “Os bombeiros não têm na sua génese fazer greve ou dizerem que não fazem o serviço, nunca podemos fazer isso, não é nossa intenção fazer isso, porque nós temos de fazer o nosso trabalho para os doentes”, garante o presidente da Federação Distrital, que pretende apenas endurecer a reivindicação junto da administração do CHUC, no sentido desta resolver os seus compromissos com os bombeiros do distrito
Uma questão que apesar de não ser da sua tutela, deixou preocupado o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que se mostrou disponível para “sensibilizar” o colega da saúde, no sentido de se tentarem encontrar respostas “mais rápidas”, até porque “temos consciência que há associações humanitárias que estão um pouco afetadas” por estes atrasos e que isso pode pôr em causa o seu funcionamento, afirmou. “Há situações que levam algum tempo a corrigir e a compor, porque houve um acumular de débitos que nos estão a levar tempo a compor, mas estamos a conseguir”, referiu o governante, acreditando que ainda antes da reunião das associações, marcada para esta segunda feira, deverá haver boas noticias para os bombeiros.