O antigo Convento do Desagravo, em Oliveira do Hospital, foi classificado como monumento de interesse público, o que representa «um manifesto ganho» para o turismo local, disse o vice-presidente da Câmara. «O concelho ficou enriquecido do ponto de vista turístico e patrimonial», disse Francisco Rolo. Em 2000, a Fundação Bissaya Barreto, proprietária do edifício e terrenos envolventes, iniciou obras de recuperação e transformação do Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento em unidade hoteleira, atualmente integrada na rede de pousadas históricas da Empresa Nacional de Turismo (ENATUR).
Numa nota enviada à agência Lusa, aquela instituição de Coimbra congratulou-se com a classificação do imóvel pelo Governo. “A Fundação Bissaya Barreto vê com agrado que o seu esforço na defesa do património histórico português de que é guardiã foi reconhecido”, afirma Maria do Carmo Oliveira, responsável do Serviço de Património da instituição. Uma portaria do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, publicada no Diário da República, no dia 08 de março, classifica o imóvel de Vila Pouca da Beira como monumento de interesse público e fixa a respetiva zona especial de proteção. “Oliveira do Hospital fica a ganhar em termos de visibilidade turística. Esta classificação obriga a comunidade, incluindo a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Vila Pouca da Beira, a ter especiais cuidados com o monumento e a preservação da paisagem”, referiu Francisco Rolo.
O Convento do Desagravo foi construído, em finais do século XVIII, sendo a iniciativa atribuída ao bispo conde Francisco de Lemos de Faria Pereira. “Hoje, a pousada conserva todo o fascínio desse passado histórico, moldado à medida do conforto dos tempos modernos. A sua situação geográfica privilegiada, vizinha às serras da Estrela e do Açor, propicia um ambiente romântico e tranquilo”, segundo o sítio da Internet da Pousada. Ao classificar o edifício como monumento de interesse público, a Secretária de Estado da Cultura estabelece uma “zona especial de proteção” do conjunto arquitetónico e terrenos adjacentes. O complexo conventual “é constituído por igreja, claustro e restantes dependências monásticas”, descreve a portaria assinada por Jorge Barreto Xavier. “Não obstante as intervenções de que foi alvo após 1834, data da extinção das ordens religiosas, visando adaptar os espaços a distintas ocupações, e que o descaracterizaram substancialmente, o imóvel conserva ainda muitas das suas estruturas originais”, adianta.
A zona de proteção “tem em consideração o espaço de características urbano-rurais em que se localiza o convento e a sua fixação visa estabelecer uma proteção eficaz do edificado urbano e dos espaços vazios (…), salvaguardando o enquadramento paisagístico”.