“Envelhecimento Ativo” em debate em Oliveira do Hospital.
É uma tendência que se acentua ano após ano, década após década, aquela que está espelhada na evolução demográfica do concelho: nos próximos 10 anos, as projeções apontam para um aumento da população idosa em Oliveira do Hospital, que terá de ser acompanhada por respostas sociais adequadas. A ideia foi partilhada pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, durante um seminário promovido pela Rede Social do concelho, sobre o tema do “Envelhecimento Ativo e Solidariedade Intergerações”.
José Carlos Alexandrino não tem dúvidas que os índices de desertificação de algumas freguesias são “absolutamente dramáticos”, daí os desafios para as IPSS’s, que já hoje assumem um papel determinante no concelho, serem cada vez maiores. O autarca não deixou, por isso, de destacar o trabalho destas instituições no apoio à 3ª idade, num tempo que o papel dos avós na educação dos netos ficou um pouco “espartilhado”, aproveitando também para lembrar os projetos que o Município em colaboração com a Segurança Social tem lançado com vista a melhorar as condições de vida desta faixa etária da população. Alexandrino realçou sobretudo o Programa que permitiu a recuperação de 15 habitações de idosos que “viviam ainda em condições indignas”. “Em termos orçamentais é um investimento que não tem grande significado, e que contribuiu para a melhoria das condições de vida destes idosos”, garante o presidente da Câmara, mostrando-se preocupado com os cortes das pensões mais baixas, pensando que esta situação reflete-se nas prestações que pagam nas instituições e na própria família, pois “são estes pensionistas que hoje estão a ajudar os filhos quando entram em situações de desemprego”. “Não posso concordar que se mexam em reformas de mil ou mil e quinhentos euros, e não mexam em pensões desequilibradas”. Já o vice presidente da Câmara e vereador da ação social, focou a importância da “aprendizagem ao longo da vida para um envelhecimento ativo”, dando conta do projeto lançado em 2011 de criação da Universidade Sénior em Oliveira do Hospital que envolve atualmente 98 homens e mulheres, que quiseram partilhar o seu envelhecimento com “atividades produtivas”. “É uma forma saudável de ocupação dos tempos livres”, entende o vereador, dando conta do “grande sucesso” deste projeto.
Num distrito com 98 mil idosos, Ramiro Miranda, diretor regional de Coimbra da Segurança Social, partilha da opinião de que é necessário promover um envelhecimento ativo, através da valorização das pessoas e das suas capacidades, pois “sair do mercado de trabalho não significa ficarem inativos”. “Velhice ninguém gosta de ser, mas todos gostam de a atingir” afirmou, lembrando a rede de serviços de apoio à população idosa hoje existente na região, que, segundo o diretor da Segurança Social “irá registar algum aumento” nos próximos tempos, já que irá estar disponível uma “linha de crédito bonificada” para apoio às IPSS’s.