A consulta de Saúde Mental e Comunitária em Oliveira do Hospital foi tema na última reunião do executivo camarário oliveirense. Atualmente a equipa médica apoia 388 pessoas vítimas do incêndio de outubro.
Célia Franco, médica e responsável pela consulta, confrontada com a preocupação do vereador do PSD, João Paulo Albuquerque, deu conta que a equipa “está a avaliar o impacto que as pessoas ainda sentem”, referindo até que, somente passados seis meses, é que se pode falar em “stress pós-traumático”. A responsável afirmou ainda que os utentes “vão ser mantidos em vigilância durante três anos”, evidenciando que, desde 2015, já foram prestadas 1 544 consultas, apoiando 365 pessoas.
“A primeira preocupação foi recolher todas as sinalizações numa base de dados única” que permitisse “saber quem é que aparentemente teria sido afetado”, explicou Célia Franco.
Na ocasião, José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital (CMOH), deixou palavras de apreço ao trabalho efetuado pela equipa responsável pela consulta. “Estamos muito sensibilizados pelo trabalho que tem feito no nosso Município. Se houve algum concelho que teve uma boa resposta nestes casos foi Oliveira do Hospital”, defendeu o autarca.
José Francisco Rolo, vice-presidente da CMOH, congratulou igualmente os responsáveis pelo apoio psicológico, na medida em que “são ganhos de proximidade ao utente e às instituições”, permitindo “que um conjunto de indivíduos não tenha de fazer o esforço” de se deslocar até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. “Isto é um evidente ganho em termos de qualidade de prestação de cuidados de saúde. É a proximidade e a oportunidade de trabalhar em rede”, afirmou.