Maria Adelaide Nunes da Silva Freixinho nasceu em 1945, em Aldeia das Dez, concelho de Oliveira do Hospital, vive em Nogueira do Cravo desde tenra idade. Formada em Direito, exerceu advocacia e foi notária em várias cidades do país. Leccionou disciplinas ligadas à sua formação académica em muitas escolas, mas foi a sua carismática e pioneira ação política que a destacou na sociedade oliveirense.
Em meados dos anos 70 foi eleita deputada à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital e, em 1985, conquista a presidência daquele órgão autárquico, única mulher a ocupar esse cargo no concelho, até aos dias de hoje, pelo CDS, partido que representou e presidiu a Comissão Política Concelhia, durante vários anos, em Oliveira do Hospital. Os princípios cristãos e democráticos levaram Adelaide Freixinho a abraçar o projeto do Centro Democrático Social desde muito nova.
Do seu vasto currículo político, assume particular relevo o lugar de vereadora que assumiu, em 1990, no executivo presidido por César Oliveira, eleito pelo Partido Socialista, ficando com a gestão dos pelouros da Educação, Assistência Social, Saúde e Finanças. À época, encontrou um concelho com muita pobreza e carência de infraestruturas e de serviços, nomeadamente, estradas, água, luz e saneamento. Nunca se sentiu discriminada por ser uma das poucas mulheres entre os homens nas lides da política e principalmente nunca se sentiu inibida para dizer aquilo que pensava, independentemente de ser, ou não, politicamente correto. Sempre lutou pela liberdade de cada indivíduo. Lamenta que depois do 25 de Abril de 1974, Portugal tenha vivido apenas entre 10 a 15 anos de “liberdade séria”. Considera que atualmente vivemos “uma liberdade fictícia, uma liberdade não-real”, uma liberdade onde “são privilegiados os indivíduos com cartões dos dois partidos mais representativos do país”.
Uma avó orgulhosa a tempo inteiro. Nos seus dias, agora mais calmos, orienta a sua atenção e preocupação vai para a família, em particular para os netos. Emociona-se com as barbáries do Estado Islâmico. Teme o futuro pela decadente regressão de valores humanos, seja nas relações interpessoais e de entreajuda, seja na formação de uma verdadeira família. Orgulha-se dos jovens portugueses e lamenta o facto de muitos destes se verem obrigados a emigrar para garantir o seu futuro. Uma Senhora com uma personalidade determinada e irreverente, Adelaide Freixinho, é uma mulher de olhar convicto e destemido, uma mulher de ideias claras na hora de ajudar e/ou defender o Ser Humano. Já foi homenageada várias vezes, inclusive, recebeu em 2014 a Medalha de Mérito Municipal de Oliveira do Hospital.
Questionada sobre os desejos e sonhos, responde de sorriso sincero e olhos brilhantes que aquilo que mais quer é “tempo”. Tempo para a família. Tempo para a vida. Tempo para continuar a fazer e a dizer aquilo que pensa.