“Somos os bons vizinhos com os quais poderão sempre contar”.
A conhecida cadeia de restaurantes MacDonald’s juntou-se à enorme onda de solidariedade para com o concelho de Oliveira do Hospital, e ofereceu no passado dia 19 de junho, 6200 árvores de fruto e 39 motocultivadores a pequenos agricultores do concelho atingidos pelo flagelo dos incêndios de outubro passado.
Jorge Ferraz, diretor geral da McDonald’s Portugal, acompanhado da maioria dos 39 franquiados da multinacional, estiveram em Oliveira do Hospital para “retribuir à comunidade, parte daquilo que ela nos dá”, ao oferecer aos agricultores também uma parte daquilo que perderam em outubro passado, com os incêndios. “Acredito que o nosso contributo e este nosso papel de um bom vizinho tenha sido cumprido”, afirmou aquele responsável, explicando que as 6200 árvores de fruto (macieiras e pereiras) representam simbolicamente os 6200 colaboradores da McDonald’s Portugal e os 39 motocultivadores foram uma oferta de cada um dos 39 franquiados, com o objetivo e na “esperança” de que esta ação possa ajudar a restabelecer a pequena economia local e “restaurar as rotinas deste concelho”.
Considerando esta “dádiva muito importante”, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, destacou “o grande exemplo de entreajuda e solidariedade” deixado pela conhecida cadeia de restaurantes, oito meses depois do grande incêndio, e que é fundamental para “devolver a esperança às pessoas”. Apesar da tragédia que assolou o concelho, o autarca lembrou que “ninguém passou fome ou dormiu debaixo da ponte”, e realçou “o esforço” do Governo no apoio vítimas, pois “não havia nenhum governo que estivesse preparado para o que aconteceu”.
Uma iniciativa que contou com a presença do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que enalteceu, da mesma forma, o gesto daquela multinacional, entendendo o governante que este “diz bem da importância que hoje todos assumimos de manter os espaços rurais com vida, com trabalho e sobretudo com dedicação à terra”. Alertando para a necessidade de uma cultura de proteção civil que não existia até aos grandes incêndios do verão passado, José Artur Neves entende que é preciso, com a nova reforma das florestas, travar o “desordenamento florestal”, e em particular “a pressão da monocultura do eucalipto”, de forma a “proteger as nossas aldeias”. “O fogo é de facto perigoso e para isso temos de elevar o patamar preventivo da proteção civil. Prevenção é a palavra de ordem que precisamos de incutir nos portugueses”, afirmou o governante considerando para isso fundamental o cumprimento da legislação no que diz respeito à limpeza à volta das edificações, o que até aqui, reconhece, “muito poucos cumpriam”.