Investidores preveem criar já na fase de arranque 50 postos de trabalho.
É o regresso de uma indústria que chegou a estar “condenada” em Oliveira do Hospital. Uma investidora oliveirense está interessada em abrir uma nova fábrica de confeções no concelho, estando tudo “alinhavado”, ao que apurámos, para o processo ficar “fechado” até ao final deste mês. Até lá, a empresária prefere manter algum recato, prometendo falar da nova empresa apenas quando tiver tudo confirmado, já que “falta ainda fazer alguns ajustes” o que acontecerá no decorrer das próximas duas semanas. O local onde irá funcionar a nova unidade fabril também já está escolhido e será, segundo a investidora, nas antigas instalações da fabriconfex, em Gavinhos de Baixo, que encerraram em 2010. “Inicialmente pensámos no edifício da antiga Carrera, mas estava de tal forma degradado que optámos pela fabriconfex porque está em melhores condições”, confirma a empresária de Lagares da Beira, que tem no seu passado um currículo ligado às confeções. “O projeto não é só meu, é meu de mais duas pessoas, também ligadas ao setor” refere ao nosso jornal, sem adiantar nomes, mas com a convicção clara de que o projeto é para avançar, se não for em Oliveira, será noutro local. “Preferencialmente gostaria que fosse em Oliveira, porque é o meu concelho, e porque existe aqui um historial muito forte desta indústria”, garante, prevendo criar, na fase de arranque, 50 postos de trabalho. “Queremos reaproveitar as pessoas que existem no concelho com experiência nesta área”, considera, ao mesmo tempo com a noção de que a mão de obra disponível já foi mais que agora, devido ao recrutamento que tem vindo a ser feito por algumas empresas de confeções que, no último ano, viram aumentar significativamente o volume de encomendas. “Ainda há mão de obra, mas neste momento, a procura ao nível do Centro de Emprego já começa a ser maior que a oferta”, observa a investidora, não tendo dúvidas de que este é um sinal positivo para um setor que chegou a estar ameaçado de morte. “Já não existe a ideia de que tudo o que era confeções é para fechar”, refere, acreditando que este pode ser um momento de viragem para um setor com uma longa tradição em Oliveira do Hospital, sobretudo “se pensarmos que há um regresso por parte do cliente estrangeiro a Portugal”. “Não vou dizer que estamos como há 15 ou há 20 anos, mas que volta a ser uma indústria com algum interesse, não tenho dúvidas”, afirma a empresária, não deixando de “cortar” nos “entraves” ao investimento e a quem quer começar um projeto do “zero”. “Nós só queremos trabalhar”, afirma, dando conta do apoio entretanto disponibilizado pela Câmara Municipal, no sentido de agilizar algumas questões que são decisivas para pôr a empresa a laborar. “Penso que seria uma mais valia para todos”, conclui a investidora, empenhada em abrir, com nova roupagem, uma antiga fábrica de confeções, que na altura, deixou cerca de duas centenas de pessoas no desemprego.