Numa organização conjunta do Jornal Folha do Centro, Rádio Boa Nova e Centro TV.
As candidaturas do PS e do CDS às próximas eleições autárquicas em Oliveira do Hospital já vieram a público repudiar o lugar deixado vazio pelo candidato do PSD, João Paulo Albuquerque, no debate que teve lugar na passada segunda-feira, 25, na Casa da Cultura César Oliveira, e que contou, pela primeira vez, com transmissão televisiva numa organização conjunta da Centro TV com o jornal Folha do Centro e Rádio Boa Nova.
Numa nota enviada à comunicação social, a candidatura do PS, encabeçada pelo atual presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, considerou mesmo a “não comparência do candidato do PSD neste debate um episódio político lamentável, que envergonha a democracia”, e acredita que “a maioria dos sociais-democratas deste concelho também não aprova este tipo de comportamentos”. “O que não posso deixar de lamentar é a ausência do candidato do PSD, que não teve coragem para explicar aos Oliveirenses – num debate público com três órgãos de comunicação social – qual é, afinal, o seu projeto político”, sublinha a candidatura socialista, concluindo, assim, que “os oliveirenses terão ficado esclarecidos quanto ao perfil do candidato que o PSD escolheu para concorrer à Câmara Municipal”.
Congratulando-se com “a forma civilizada” como decorreu o debate com os candidatos das coligações “Construir o Futuro” e “Coligação Democrática Unitária”, a candidatura liderada por José Carlos Alexandrino aproveita para reforçar que “não é uma candidatura que se recusa a discutir o que quer que seja com os Oliveirenses”, mostrando-se mesmo disponível, caso vença as eleições, para “acolher as propostas de todos os partidos políticos, porque há muito tempo que Oliveira do Hospital deixou de ser um Concelho de um homem só”.
Reações que se fizeram sentir também no CDS. Na sua página de facebook, no dia a seguir ao debate, o cabeça de lista à Assembleia Municipal, Luís Lagos, mostrou mesmo “tristeza” pela ausência do PSD, considerando esta falta de comparência do principal partido da oposição “mau de mais para o concelho e para o nosso futuro coletivo”. Para Luís Lagos “isto não pode acontecer” e “não podemos todos permitir que isso aconteça”, porque “são, sobretudo os oliveirenses que perdem”. Na mesma publicação, o candidato da coligação “Construir o Futuro” questiona ainda como é que um concelho como Oliveira do Hospital onde o PSD já foi uma referência regional “chega aqui”, revelando-se, ao longo do último mandato autárquico, um partido que “nunca existiu organizado”. Ao marcar falta no debate da passada segunda-feira, o candidato do PSD “revelou um profundo desrespeito pelos seus eleitores, apoiantes de sempre e pela militância social democrata”, considera Luís Lagos, que a contrastar com o lugar deixado vazio pelo PSD destaca a prestação do CDS e do seu candidato, Nuno Alves, que foi quem “garantiu o contraditório, a proposta alternativa e a coragem de afirmar diferente” neste debate autárquico.
Numa nota enviada à comunicação social, o candidato do PSD, João Paulo Albuquerque justifica-se, dizendo que “nunca iria participar neste tipo de debate, onde um diz atoardas, os outros ouvem, e os jornalistas não rebatem”, pelo que desafia, só e apenas, o candidato do PS, para um frente a frente, onde propõe “ 10 perguntas para cada um, de modo a mostrar ao eleitorado as capacidades de cada um”.
Refira-se que o candidato do PSD declinou todos os convites que lhe foram endereçados, ainda durante a pré campanha e durante a campanha autárquica, pelos três órgãos de comunicação social, para entrevistas e para o único debate autárquico realizado no concelho, pelo que lhe resta ficar a falar sozinho.