Duas equipas de sapadores florestais da CAULE – Associação Florestal da Beira Serra, receberam ontem, novos equipamentos de proteção individual, doados pela comunidade portuguesa em Toronto, Canadá.
Sensível à tragédia que atingiu Portugal no último verão, com inúmeros incêndios florestais que vitimaram não só bombeiros e sapadores, como civis, a comunidade emigrante naquele país decidiu promover uma campanha de angariação de fundos de onde resultaram cerca de quatro mil e duzentos euros, que foram doados à Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais para a aquisição de material e equipamento de proteção para os sapadores.
A entrega dos equipamentos realizou-se esta quarta feira de manhã nas instalações da CAULE, em Santa Ovaia, onde o seu presidente, Vasco Campos, teve oportunidade de agradecer “reconhecidamente” o apoio da comunidade portuguesa em Toronto, nomeadamente o facto desta ter optado por canalizar o dinheiro angariado nesta campanha para a “prevenção”, e por considerar também que as zonas mais afetadas pelos incêndios já teriam merecido os donativos de muitas pessoas e instituições. “Conseguiram arranjar o que conseguiram, deu para a aquisição deste equipamento, porque entenderam, que é aquilo que nós defendemos há muito tempo, que o problema dos incêndios em Portugal não se resolve no combate, mas na prevenção”, acrescentou um dos promotores da iniciativa e funcionário da CAULE, Vitor Gutierrez, com familiares radicados no Canadá.
Também a direção da FNAPF, através do seu vice presidente, Luis Damas, agradeceu à comunidade portuguesa em Toronto “pelo esforço e pela visão que têm que é na prevenção que está o cerne do problema dos incêndios”, pois “ano após ano estamos a perder o combate”. “Nós trabalhamos o ano inteiro na floresta e temos que reforçar este programa de sapadores e é na prevenção que nós achamos que temos que ganhar esta batalha e não a combater porque aí, andamos sempre atrás do prejuizo”, considerou ainda aquele dirigente, fazendo votos para que este material possa ser “bem utilizado” no inverno, e no verão “tenha pouco uso”, que é o “caminho que a Federação vem defendendo há anos”. Luis Damas entende ainda que, ao promover uma campanha direcionada a apoiar os sapadores florestais, quem está fora do país também já “tem um entendimento diferente deste problema”, e considera que “o combate vai sempre perder”.