FNAPF faz notar que são a força que melhor conhece o terreno.
A Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), que congrega mais de 40 associações florestais de norte a sul do país, voltou a criticar a redução dos apoios às equipas de sapadores florestais, temendo que a sua intervenção esteja, deste modo, ameaçada.
Ouvido no âmbito de uma audição parlamentar promovida pelo Bloco de Esquerda na Assembleia da República sobre propostas de gestão e ordenamento para a floresta, o presidente da FNAPF, Vasco de Campos, voltou a insurgir-se contra a diminuição dos incentivos aos sapadores, o que tem levado nos últimos anos ao desaparecimento de muitas equipas e consequente diminuição da sua força. “Isto não se compreende porque são eles que conhecem melhor o território, os seus caminhos, os proprietários, no inverno fazem silvicultura preventiva e no verão apoiam no combate aos fogos florestais”, afirmou, lamentando que os apoios às equipas de sapadores florestais não seja revisto desde a sua criação, em 1999 quando “a exigência em termos de prestação de serviços de silvicultura e vigilância é cada vez maior”.
“Os sapadores precisam é de ser apoiados e dignificados”, alertou o presidente da FNAPF, que é também presidente da CAULE – Associação Florestal da Beira Serra, que tem intervenção em seis concelhos da região Centro interior, com várias equipas de sapadores florestais. Vasco Campos lembra que a diminuição dos apoios tem levado a que muitas entidades tenham entregado, nos últimos anos, as respetivas equipas, porque, pura e simplesmente, “não têm capacidade financeira para se manter”, quando, na sua opinião, deveria estar a acontecer o contrário, que era “aumentarem o número de equipas”.
Na mesma audição, realizada pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda com o objetivo de recolher contributos com vista a apresentar uma iniciativa legislativa que responda às necessidades “urgentes” de ordenamento, gestão e prevenção da floresta contra incêndios, o presidente da FNAPF lamentou ainda a retirada de poderes às entidades gestoras de ZIF (Zonas de Intervenção Florestal), para fazerem cumprir os Planos de Gestão Florestal. “A que titulo é que o ICNF aprova PGF´s contraditórios aos planos aprovados para estas áreas”, questionou o dirigente, falando numa clara “perda de poder e de autoridade perante os proprietários”.