O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital afirmou no decorrer da última reunião da Assembleia Municipal – que se realizou por videoconferência – estar disponível, no quadro das dificuldades que se adivinham nalguns setores chave da economia do concelho, a apoiar o tecido empresarial e comercial local.
“Se tivermos de abdicar das obras para ajudarmos as pessoas, é a nossa obrigação”, assegurou José Carlos Alexandrino que viu aprovada a alteração do contrato de empréstimo de 3,5 milhões de euros, necessários para a concretização de alguns projetos que têm já aprovado financiamento comunitário.
Ainda assim, e porque o concelho não irá sair imune à crise económica provocada pela pandemia Covid 19, o autarca deixou a garantia de colocar a “prioridade absoluta” nos problemas das pessoas e prometeu “não deixar ninguém de fora”. “Esse desafio ainda não chegou, mas tenho a experiência de 2008, e não acredito que o concelho não passe por uma situação de grande fragilidade económica daqui a mais três meses”, afirmou, confessando-se particularmente preocupado com o setor das confeções e com o pequeno comércio local.
“O setor dos têxteis é uma grande preocupação, conseguiu-se que alguns empresários convertessem as suas linhas de produção, mas não é preciso ser adivinho para perceber que vão passar por dificuldades”, constatou o edil, disposto, nesta fase, a colocar os recursos financeiros do Município ao serviço das pessoas que possam cair numa situação de dificuldades financeiras.
“A prioridade às pessoas não pode ser só um slogan político, tem de haver ação no terreno para lutarmos contra esta dura batalha”, afirmou, lembrando que o concelho já tem algumas “bolsas de pobreza” que poderão engrossar nos próximos tempos, pelo que é preciso “não deixar ninguém para trás”.
“Temos a experiência de 2008 (em que fecharam várias empresas de confeções), mas esta crise acaba por ser pior porque não sabemos quando é que isto acaba” e por isso “devemos guardar esse esforço financeiro para ajudar a resolver os problemas das pessoas”, garantiu o edil que pensou “já ter passado pelo maior calvário das nossas vidas” com os incêndios de 2017. Afinal não.
Dois anos depois, o país e o concelho que lidera voltam a mergulhar numa crise sem precedentes, com grande parte do tecido empresarial a tentar sobreviver à crise sanitária que se instalou desde o início do mês de março e que ninguém sabe quando é que irá terminar.
“Temos de nos reorganizar, de nos reinventar porque não vamos voltar à normalidade nem daqui a um mês, nem provavelmente daqui a um ano”, considerou Alexandrino, ciente de que tem pela frente mais uma grave crise para gerir.