Eram 11h05 desta manhã quando a ”terra tremeu” no edifício sede da Associação Para Recuperação de Cidadãos Inadaptados de Oliveira do Hospital (ARCIAL), em Oliveira do Hospital, o que resultou em dois “desaparecidos”. Esta foi só uma simulação, já que a instituição de apoio a cidadãos portadores de deficiência foi a escolhida na região de Coimbra para a realização do exercício “A Terra Treme” que acontece todos os anos, nesta data, um pouco por todo o país com o objetivo de prevenir e treinar o risco sísmico.
“Ao nível da região de Coimbra quisemos vir aqui à ARCIAL que é uma escola com utentes especiais, com necessidades especiais e por isso quisemos fazer diferente. Fazer este tipo de exercícios numa escola já é difícil, fazer numa escola de ensino especial ainda é mais difícil, mas correu com muito êxito”, fez notar o Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra, Carlos Tavares.
No final do exercício de simulação, que envolveu as autoridades de Proteção Civil Regional e Local e ainda os representantes da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e o Grupo Brisa, o Comandante deu os parabéns à instituição por ter cumprido na íntegra aquilo que são os três gestos que “podem fazer a diferença” em caso de tremor de terra: proteger, baixar e aguardar. Foi executado também o plano de emergência interno, conseguindo “evacuar o edifício de forma ordeira”.
“Percebemos que na ARCIAL treinam e quando se treina as coisas correm melhor”, observou ainda Carlos Tavares, não tendo dúvidas que esta foi mais “uma motivação” para a instituição continuar a treinar para este e para outros riscos, “porque o importante é que o cidadão conheça os riscos que o envolvem”, afirmou, apontando para os acontecimentos recentes na vizinha Espanha (Valência), que está a atravessar um dos momentos mais difíceis da sua história recente devido a uma catástrofe natural. Carlos Tavares entende, por isso, que estas ações começam a fazer “cada vez mais sentido”, notando que “nunca sabemos quando é que este tipo de risco nos vai calhar e por isso quanto melhor estivermos preparados melhor iremos responder”.
Também o presidente da ARCIAL, Artur Abreu, relevou a escolha da instituição por parte da Autoridade de Emergência e Proteção Civil da Região de Coimbra para um exercício com este “nível de preparação”, o que no seu entender, é um “reconhecimento do seu trabalho”, mas também um contributo importante para “inclusão” destes cidadãos. “A ARCIAL faz um trabalho diário de preparação e inclusão destes cidadãos e ficamos muito satisfeitos quando são incluídos nestas situações de proteção e preparação”, garantiu o presidente, acreditando que numa situação real os utentes estariam igualmente “prontos para responder de acordo com as normas que estão definidas”.
Em representação do Município de Oliveira do Hospital, a vereadora Graça Brito agradeceu a escolha do concelho, nomeadamente da ARCIAL, para a realização deste exercício a nível da região e lembrou que a prevenção é um tema também cada vez mais na “agenda” do Município, não só ao nível do investimento nas corporações de Bombeiros, mas também nas várias ações e planos elaborados pela Proteção Civil. “Desde o que nos aconteceu em 2017 que estamos cada vez mais sensibilizados para estas questões”, garantiu a autarca, realçando a importância destas iniciativas para prevenir e mitigar os riscos naturais, que vão sendo cada vez maiores.
Margarida Prata