Vice presidente da Câmara critica postura do PSD no processo de instalação de duas novas superfícies comerciais na cidade.
O vice presidente da Câmara de Oliveira do Hospital condenou, na última reunião pública do executivo, a postura do vereador do PSD, João Brito, que criticou a recente instalação na cidade de duas das maiores marcas de comércio a retalho do país (Continente e Pingo Doce), prejudicando, no seu entender, o pequeno comércio local.
O vereador laranja acusou mesmo o executivo de ter feito um “folclore” em torno destes investimentos, ao anunciar, no caso do novo supermercado da Sonae, a criação de 80 postos de trabalho, quando “Oliveira vai ficar com mais desemprego”. João Brito entende que a vinda destas superfícies comerciais não são solução para o problema do desemprego no concelho, contribuindo, pelo contrário, para a criação de “mais problemas”, se se contabilizar todos os que “vão ficar desempregados das diferentes empresas que trabalham direta ou indiretamente para os Irmãos Gonçalves”, afirmou, num tom desfavorável à implantação dos dois gigantes da distribuição na cidade oliveirense.
O número dois do executivo, José Francisco Rolo, não deixou de lamentar a visão do vereador do PSD, concluindo que “volvido este tempo todo afinal o PSD é contra a economia de mercado e a favor da economia planificada”, passando a ser “um partido marxista leninista”. Rolo esclareceu, além disso, que a única “coisa” que o Município fez neste processo foi colaborar com o IEFP relativamente ao recrutamento de pessoal, ajudando-os a preparar as entrevistas de emprego. “Agora quem recrutou os colaboradores e quem fez os contratos não foi a Câmara, foi a Sonae”, deixou claro, lamentando a posição do PSD local “contra a iniciativa privada e criação líquida de postos de trabalho”.
E se no caso da nova loja Continente Bom Dia, o vereador esclareceu que o Município pouco ou nada pode interferir quanto à sua vinda para a cidade, o mesmo se passa com a venda dos IG ao Grupo Jerónimo Martins e à sua passagem para o Pingo Doce, lembrando tratar-se de “opções privadas da vida das empresas” sobre as quais a Câmara “não se deve imiscuir”. “Essa é uma responsabilidade que cabe aos IG”, considera o vice presidente do executivo, referindo-se à recente alienação daquela superfície comercial de referência na cidade e que “sempre foi acarinhada por este executivo”.
Consciente do impacto que estas mudanças vão trazer para alguns distribuidores locais, o vereador garante que o executivo está a “acompanhar” esses empresários “com cuidado” e de modo a “encontrar soluções”, pelo que não tem dúvidas que estes novos investimentos vão ajudar a reduzir o desemprego em Oliveira do Hospital. Além de que “todo o investimento privado que chega a Oliveira é bem vindo”, afirmou o número dois de Alexandrino, atribuindo estes novos investimentos ao presidente e à sua “capacidade e diplomacia económica”. “Não vejo é investimento público da administração central” aproveitou para contra atacar, lembrando que “Oliveira tem razão de queixa do Governo pelo investimento que não é feito”, nomeadamente na área das acessibilidades, quando ainda recentemente se assistiu em Viseu à assinatura do contrato para a duplicação do IP3. “Oliveira do Hospital mais uma vez foi mal tratada e excluída”, acusou o vereador, criticando o PSD e o único vereador eleito no executivo camarário por se preocupar em atacar a iniciativa privada.