Apesar do aumento das tarifas, Oliveira do Hospital mantém “deficit” na casa dos 50 mil euros mensais com este serviço.
O abastecimento de água e saneamento básico continuam a ser uma fonte de “prejuízo” para o Município de Oliveira do Hospital. A garantia é do presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, que ainda na última reunião da Assembleia Municipal respondeu aqueles que andam a “apregoar” que a água é uma fonte de receita, lembrando que mesmo no pico do verão, no mês de julho, altura em que a conta do saneamento até é mais reduzida devido à fraca pluviosidade, os serviços municipais registaram um deficit na ordem dos 47 mil euros.
“Andam para aí a apregoar que a água dá lucro desde que houve estes aumentos. È mentira, é calunioso, é absolutamente falso”, contra atacou o edil, afirmando que no final de julho os encargos com aqueles serviços, incluindo a recolha de resíduos sólidos urbanos, foram de 235 mil euros, quando a receita faturada foi de apenas 187 mil euros. “Neste momento a nível de água, saneamento e recolha de lixos a Câmara ainda não consegue ser sustentável, tem de investir do seu orçamento para conseguir praticar as atuais tarifas”, adiantou Alexandrino, para quem o esforço financeiro da autarquia, apesar de tudo, diminuiu significativamente em relação ao passado, devido à reestruturação do setor lançada pelo atual ministro do ambiente, e que permitiu poupar aos cofres da autarquia mais de 100 mil euros por mês. “De facto respiramos melhor agora, foi um abaixamento significativo, porque há um diferencial de cento e tal mil euros por mês”, reforçou o autarca, deixando ainda assim, “claro como a água”, que o abastecimento de água às populações e o saneamento continuam a não ser sustentáveis e por isso “não dão lucro”.
Apesar de deixar a garantia que não é sua intenção “aumentar os preços” destes serviços aos munícipes, José Carlos Alexandrino garante também estar fora de causa uma redução das tarifas praticadas atualmente no concelho, e que têm sido alvo de críticas por parte da oposição, uma vez que a própria ERSAR, a entidade que regula o setor, obriga a que os sistemas sejam auto sustentáveis apontando para uma convergência de preços na ordem dos 90 por cento em todo o país. “Mesmo que hoje quisesse baixar o preço da água a ERSAR chumbaria a proposta e não me deixaria fazer”, refere o edil, aproveitando para lembrar, que além de cobrir o “deficit tarifário” relacionado com o fornecimento de água e saneamento às populações, o Município continua a lançar, do seu próprio orçamento, um conjunto de obras nesta área.
O autarca respondia assim ao antigo presidente da Assembleia Municipal, agora deputado independente António Lopes, que não se deixou convencer com as explicações do líder do executivo camarário, ao afirmar que “até prova em contrário” mantém a tese de que “a água em Oliveira está a dar de lucro”.