Elogiado por muitos, apontado por outros por ser uma das vozes mais “criticas” e “cáusticas” em relação às políticas deste Governo para o Interior do país, o presidente da Câmara oliveirense defende-se, dizendo que foi eleito para “defender intransigentemente os interesses do concelho”. “Não fui eleito para fazer oposição ao Governo, mas muitas vezes o caminho que trilhamos não pode ser com palavras doces”, entende Alexandrino que, por diversas vezes ameaçou e chegou mesmo a radicalizar posições para defender a manutenção de serviços no concelho. Fê-lo relativamente à Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em relação às urgências do Centro de Saúde, à criação do mega Agrupamentos de escolas. Mas tem sido no campo das acessibilidades que se destacado a sua luta.
Reivindicada há mais de duas décadas por autarcas e populações, a conclusão dos IC’s 6 e 7 assume-se como uma das batalhas mais duras desde que o autarca chegou ao poder em 2009, mas chegados a 2014 ainda não perdeu a esperança de a ver concretizada no atual mandato. “Hoje acredito mais do que acreditava há uns meses atrás na concretização destas infra estruturas”, garante o edil, que dá notas do empenho dos mais altos representantes da Região Centro no sentido de colocar definitivamente este dossiê em cima da mesa das prioridades de Bruxelas. “Poderá estar no bom caminho”, adianta Alexandrino, considerando igualmente incompreensível o fecho ou a desqualificação de alguns serviços do Estado como é o caso mais recente do tribunal da Comarca. “Não é o presidente do Município que diz que esta reforma afasta os cidadãos da justiça, são os juízes, os próprios advogados a dizê-lo”, constata, não tendo dúvidas que este Governo tem penalizado “demasiado” o concelho.
Parceiro da ESTGOH, o Município tem também pugnado pela sua manutenção na cidade, assumindo muitas vezes posições contra o próprio IPC que, nos últimos anos, levou duas licenciaturas para Coimbra, esvaziando assim a oferta formativa da escola. Apesar dos obstáculos, a batalha do ensino superior tem sido ganha, com a manutenção de três licenciaturas e o reforço dos Cursos de Especialização Tecnológica que conheceram este ano letivo um novo alento, com os resultados da 2ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior a mostrarem maior procura desta escola de interior. “Alguns vêm agora dizer que fazíamos as novas instalações da escola com o dinheiro de dois relvados, nada de mais disparatado” pois “mesmo com quadro comunitário – o projeto é de 4 milhões de euros – corríamos o risco de ficar ali com outra Acibeira, e comigo não há mais Acibeiras”, garante, referindo-se a um conhecido “elefante branco” construído com dinheiros do 1º QCA em Lagares da Beira, agora finalmente na posse da autarquia, que conseguiu a reversão do espaço negociando com o Crédito Agrícola, para o recuperar para futura sede da BLC3.