Presidente da Câmara mostra-se preocupado com situação que se volta a viver no Centro de Saúde, com a falta de médicos para assegurar Serviço de Atendimento Permanente e reclama umas urgências a “sério”.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital mostra-se preocupado com a situação vivida atualmente no Centro de Saúde, com falta de médicos para assegurar o Serviço de Atendimento Permanente, e acusa alguns clínicos de estarem a boicotar o serviço, com a intenção clara de fechar as urgências no concelho.
José Carlos Alexandrino garante que não é o caso da maioria que “faz um grande esforço, às vezes fazendo até 12 e mais horas seguidas de serviço para manter as urgências a funcionar”, mas “há aí médicos que querem boicotar o SAP, fazendo uma coisa interessante que é: não fazem horas extraordinárias cá, mas vão fazê-las a outros sítios, claramente com segundas intenções” denuncia.
Com o Centro de Saúde a atravessar de novo um grave problema de falta de médicos, o autarca promete estar atento à situação, não deixando de lamentar que, ainda recentemente, a ARS tenha dado mobilidade a um médico sem que fosse colocado um substituto no seu lugar e que o único médico colocado pela empresa responsável pela contratação de médicos para o SAP, levante “algumas dúvidas sobre a sua qualificação”.
“Estou preocupado porque vem aí um período de férias” e apesar do Ministério da Saúde ter colocado a concurso novas vagas para Oliveira do Hospital “isto demora pelo menos meio ano, e nós precisamos de soluções para já”, entende o edil, que reclama, de uma vez por todas, “umas urgências a sério” em Oliveira do Hospital e “não um entreposto de doentes para Coimbra”. “O ideal é que o SAP tenha independência em relação ao Centro de Saúde, isto é ir bastante mais longe, e é fazer uma rutura com o passado”, defende o autarca, que volta a insistir na necessidade de se encontrar um “outro modelo de SAP” no concelho, capaz de melhorar os serviços de saúde prestados aos oliveirenses. “Sei que é uma coisa que não agradará a toda a gente, mas tenho consciência que estou a defender uma melhor saúde para os oliveirenses”, entende Alexandrino, que promete continuar a lutar por um serviço de urgências como Oliveira “merece”: com RX 24 horas, análises clínicas e outros exames complementares de diagnóstico, como o concelho de Arganil conquistou, no passado, com a criação de uma SUB – Serviço de Urgência Básico.
“Não tenho nada contra Arganil, contra a Sub de Arganil, gostaria que ela tivesse ficado em Oliveira do Hospital, mas houve quem não deixasse e quem não fosse capaz de lutar”, lamentou o presidente do Município, apontando o dedo ao seu antecessor do PSD que, na altura, deixou “fugir” aquele serviço para o concelho vizinho. Inconformado com a situação vivida atualmente em Oliveira do Hospital, o autarca promete lutar por uma melhoria das condições de saúde no concelho, fazendo notar que “não estamos a 10 km de Coimbra, nem dos hospitais centrais” e “não temos ainda uma estrada rápida para lá chegar”. “Eu fraturo aqui um dedo em Oliveira do Hospital e tenho que ir ou a Arganil ou a Coimbra, isto não faz sentido, há muitas coisas que podiam ser aqui feitas e não são”, exemplifica o edil, julgando que “Oliveira já merece um serviço de urgências a sério e não um entreposto de passagem para Coimbra”.