Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital diz que não vai continuar a deixar que “roubem” a escola “em silêncio”.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital admite o recurso à “mobilização popular” para defender a Escola Superior de Tecnologia e Gestão dos sucessivos ataques de que tem sido alvo nos últimos tempos.
José Carlos Alexandrino reagia assim a uma moção apresentada na última reunião da assembleia municipal pelo deputado do CDS/PP, Luís Lagos, que exortava a uma tomada de posição do executivo face ao “silêncio ensurdecedor” do atual presidente da escola perante tais “estratégias” de definhamento e estrangulamento desta instituição de ensino superior.
“Não sei se não será necessário virmos para a rua, até agora temos lutado, mas pelos vistos a nossa luta não tem sido suficiente”, referiu o edil que, depois de ter usado várias “armas” para tentar segurar a escola em Oliveira, diz estar cada vez mais convencido que este processo “já não vai lá com bons modos”.“Se não fosse a nossa postura determinada neste momento já não havia escola, quem segurou a ESTGOH foi o executivo” garantiu Alexandrino, não deixando todavia de lamentar que esse esforço “mesmo assim não tenha sido suficiente” e que a posição do IPC seja de “fecho desta escola”, nomeadamente quando acaba por “roubar” no presente ano letivo o curso mais procurado da ESTGOH.
“O senhor presidente da E STGOH tentou fazer um caminho de negociação” pois “não é que ele não se preocupe porque também se angustia, mas quando há presidentes de outras escolas do IPC a dizerem claramente que esta escola não devia existir, e professores que se fizeram aqui a tentarem enfraquecê-la com a sua deslocação para Coimbra, isto é complexo”, afirmou o autarca, acreditando que uma atitude mais ou menos firme do atual presidente da ESTGOH não iria influenciar o curso dos acontecimentos, nem iria evitar “ a maior vergonha que fizeram a Oliveira do Hospital” que foi retirar-lhe o melhor curso que tinha. “Como presidente do município senti-me roubado e não me vou continuar a deixar roubar em silêncio”, assegurou o edil que além de dar nota de todo o trabalho que tem sido feito no sentido de encontrar “alternativas” para a ESTGOH, não põe de parte a “mobilização popular” em defesa desta escola. “Quero dizer que este é um dos processos mais relevantes e dolorosos do meu mandato, não é o caso do meu amigo António Lopes”deixou claro, aproveitando para desvalorizar as recentes divergências que vieram a público com o presidente da Assembleia Municipal.
E como dossiê difícil que é, Alexandrino vai tentar agora encontrar no seio da nova Comunidade Intermunicipal de Coimbra, da qual é vice presidente, um “parceiro de força”, percebendo que “esta escola é fundamental para este território”. “Isto só lá vai com capacidade de termos parceiros no Governo”, afirmou ainda Alexandrino, ao mesmo tempo que reconhecia legitimidade nas “palavras” do eleito do CDS/PP, que criticou duramente o silêncio “incompreensível e intolerável” do presidente da ESTGOH em “defesa da sua viabilidade, crescimento e afirmação”.
“Contrariamente ao papel que tem sido desempenhado por todos os grupos políticos, bem como pelo senhor presidente do Município não se lhe conhece uma palavra em nenhum fórum”, lamentou Luís Lagos, que viu a sua moção ser aprovada, ainda que com uma “salvaguarda” proposta pelo PS: exigir não apenas ao presidente, mas a todos os professores da escola um papel mais ativo e empenhado na defesa da ESTGOH.