Autarca de Oliveira do Hospital considera uma “vergonha” o não lançamento das obras de requalificação da EN17, que tinha sido anunciado há um ano atrás.
Um ano depois da marcha lenta na Nacional 17, no troço que atravessa o concelho de Oliveira do Hospital, com o objetivo de reivindicar a melhoria dos acessos rodoviários ao concelho, o presidente da Câmara oliveirense, José Carlos Alexandrino admite voltar às ruas exatamente para reclamar o que ainda não foi feito: o lançamento das obras de requalificação da Estrada da Beira, que tinha sido anunciado há precisamente um ano, nas vésperas das últimas eleições legislativas.
O autarca, eleito pelo partido socialista, respondia assim aos deputados municipais, que o questionavam na última sessão da assembleia municipal, na passada sexta-feira, sobre este tema. No período antes da ordem do dia, o deputado do CDS/PP, Luís Lagos, fez notar que um ano depois do anúncio da adjudicação daquela empreitada, e após as eleições que levaram à mudança de Governo, não só não há obra no terreno, como a Estrada da Beira está transformada num “batatal”. Face ao não lançamento dos trabalhos e ao estado em que se encontra a EN17, Lagos entende que só pode ser um “gozo” virem anunciar uma intervenção no IC6, dando como alternativa aquela estrada nacional. “Isto é brincar com as populações do alto distrito de Coimbra”, referiu o eleito do CDS/PP, exigindo respostas deste Governo em relação à requalificação da EN17 e à conclusão do IC6, duas obras que considera “fundamentais para o desenvolvimento económico e social desta região”.
Também do PSD, o deputado Rafael Costa pediu explicações ao executivo camarário relativamente à execução destas obras, lamentando que a Estrada da Beira esteja um autêntico “cancro rodoviário”. Um tema que não dividiu as opiniões.
Deputados do PS mostraram-se igualmente preocupados com a falta de respostas quanto ao lançamento destas infra estruturas rodoviárias, nomeadamente a requalificação da Nacional 17, cuja adjudicação tinha sido dada como garantida há um ano atrás, ainda pelo anterior governo do PSD. “Temos que intervir com mais veemência para reclamar estas infra estruturas”, considerou o presidente da Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas, Agostinho Marques, lembrando que o investimento todo que este executivo tem feito no concelho, sobretudo em termos turísticos, pode “ir por água abaixo”, uma vez que “temos uma via que não está em condições e as pessoas podem não vir”. Também o eleito do PS, José Ferreira questionou sobre o estado deste processo, já que passou um ano depois do anúncio do lançamento da requalificação e “continua tudo igual e nem se veem movimentações”. Além disso, “ouvi um zum zum de que as obras teriam passado para segundo plano”, avisou, pedindo respostas para um problema que tarda em ser resolvido.
Perante as intervenções dos deputados da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara admitiu voltar à rua e fazer manifestações para “incomodar quem está no poder”, entendendo que “o Governo tem que dar respostas” ao problema das acessibilidades ao concelho. “Temos que nos unir e lutar por aquilo que achamos justo”, exortou o autarca que há um ano atrás promoveu uma marcha lenta na Estrada da Beira para reclamar novos e melhores acessos ao concelho, mas as obras não avançam, apesar de terem sido anunciadas.