Em sessão de esclarecimento, organizada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pelo Instituto da Segurança Social (ISS), realizada dia 23 de novembro na Casa da Cultura César Oliveira, foram apresentadas medidas de apoio às entidades atingidas pelo incêncio de 15 de outubro, a propósito da manutenção dos postos de trabalhos afetados.
José Carlos Alexandrino, que também marcou presença na reunião, critiou fortemente a demora dos processos na ajuda dos lesados do incêndio que devastou o concelho de Oliveira do Hospital. Para o autarca, é necessário exercer uma “pressão sobre o governo” e refere que, apesar da visita de alguns governantes ao município, estes “não perceberam o que se passou”.
“Precisamos de respostas imediatas que não chegam de determinados setores”, proclamou Alexandrino salientando a necessidade na “celeridade de respostas” em “agilizar os processos”, uma vez que “alguns aspetos deviam estar contabilizados e não estão”.
José Carlos Alexandrino, que se considera uma “voz discordante”, não se conforma com as “diferenças abismais” nos vários setores afetados pelo incêncio. “Não quero fazer comparações entre o setor agricola e o setor empresarial porque são duas coisas diferentes e coisas diferentes não se podem tratar da mesma forma” reforça o presidente de Câmara.
Num “sinal de desabafo”, o autarca de Oliveira do Hospital voltou a falar do que aconteceu em Pedrogão numa tentativa de comparação injusta face ao que o seu concelho viveu naquela trágica noite. José Carlos Alexandrino, apesar das “dificuldades em ser compreendido”, afirma que vai continuar a manifestar o seu desagrado “seja onde for”.
O IEFP, representado por Paulo Marques, responsável pelo Serviço de Emprego de Arganil, avança com um incentivo financeiro extraordinário e temporário das empresas afetadas pelo fogo. O objetivo é “reforçar e manter a capacidade produtiva e de tesouraria das empresas”, adiantou Paulo Marques. Em causa está “apoiar todas as empresas privadas, com ou sem fins lucrativos”, cuja sua “capacidade produtiva tenha sido afetada”.
O IEFP apoia a partir de três salários, baseados nos respetivos contratos dos trabalhadores, no subsídio de natal integralmente ou em duodécimos e no subsídio de alimentação. As ajudas recaem em “todos os trabalhadores por conta de outrém e para todos os membros dos órgãos estatuários das empresas”. As candidaturas podem ser feitas através de um formulário disponível no site do IEFP até dia 14 de dezembro e, no seu decorrer, alguns membros da entidade pretendem visitar as empresas afetadas para “verificar o que se passou”. Paulo Marques confessa que o ideal seria receber as candidaturas o mais rápido possível “para poder pagar antes do natal”.
Por sua vez, o Instituto de Segurança Social propõe medidas execionais e temporárias com o propósito de “poupar algum dinheiro às empresas”.
Maria Arménia, da direção do Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra, apresentou os diferentes apoios: a isenção total para trabalhadores independentes e entidades empregadoras, a redução parcial das entidades para a Segurança Social a quem contratar desempregados resultantes da tragédia e o deferimento de pagamento de contribuições para empresas do setor do turismo. Também nesta entidade, as empresas podem requerer até 14 de dezembro.
Beatriz Cruz