Comemoração do 44º aniversário do 25 de Abril.
Por ocasião da comemoração do 44º aniversário da revolução dos cravos, José Carlos Alexandrino considerou que depois da “enorme ferida” aberta pelo incêndio de 15 de outubro, o concelho tem pela frente a “revolução do renascimento”.
“Vamos ter esperança no futuro e acreditar no valor das nossas gentes”, afirmou o autarca oliveirense na sessão evocativa de mais um aniversário do 25 de abril que, ficou marcada pela esperança no renascimento do concelho de Oliveira do Hospital que, no dia 15 de outubro, viveu “o pior dia da sua história”.
O jardim Oliveira Mano, no centro da cidade, voltou a ser escolhido pelo Município para a realização da sessão comemorativa, que teve início logo após o hastear da bandeira ao som do hino nacional cantado pelo Coral de Sant’Ana em frente aos Paços do Concelho. O objetivo da autarquia foi comemorar a revolução dos cravos junto dos oliveirenses.
“Estamos perante uma enorme ferida”, constatou José Carlos Alexandrino, que apelou a todos os oliveirenses, para que tenham “força e coragem” para fazer renascer Oliveira do Hospital. Desde o dia 15 de outubro, a preocupação da autarquia é de “não deixar ninguém para trás” e o autarca oliveirense destacou o caminho percorrido e conquistas alcançadas no apoio às empresas, à recuperação das casas ardidas e o auxílio aos empresários agrícolas e alimentação que foi garantida aos animais. Adiantou que junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro já foram aprovados 7,5 milhões de Euros para a recuperação de empresas e, a Câmara Municipal instruiu150 processos para reconstrução de habitações. Em seis meses a Câmara já gastou “perto de um milhão de Euros”, sem gastar um cêntimo da conta solidária que já soma mais de 60 mil Euros. No que respeita à agricultura, garantiu o autarca que não desistirá de lutar por apoios iguais aos do setor empresarial.
No seu último mandato autárquico, o autarca garantiu que a par de todo o trabalho de recuperação do concelho após incêndio, “não tira o pé do acelerador” para que o concelho continue a ser visto como um “concelho modelo”. Destacou o investimento no saneamento básico, a remodelação do complexo da Escola Secundária de Oliveira do Hospital, a requalificação da Casa da Cultura (obra já em curso) entre outros projetos.
Junto do governo, José Carlos Alexandrino espera ainda reivindicar por melhor Saúde para o concelho, a concretização do IC6 e a devolução de competências ao tribunal de Oliveira do Hospital.
Na primeira comemoração do 25 de abril, na condição de presidente da Assembleia Municipal, Dulce Pássaro considerou que “nem tudo foi ainda conseguido”, como o “acesso a habitação condigna, direito a justiça célere e isenta e o combate a bolsas de pobreza que ainda existem”.
Também os partidos políticos partilharam as preocupações que subsistem 44 anos após o 25 de abril. Foi o caso de Luís Almeida, representante da CDU, que deu conta das “muitas exigências e preocupações que se colocam ainda no nosso concelho”, defendendo de modo particular os serviços públicos. Já do lado do CDS-PP, João Duarte, teceu duras críticas ao percurso de 44 anos, mostrando-se contudo com esperança na sua geração, que “pode fazer a diferença”. João Brito (PSD) destacou as “responsabilidades enormes” que se verificam no concelho após o incêndio, verificando que até agora “muito pouco foi feito”. “Temos de olhar mais para os jovens”, defendeu a jovem Diana Costa (PS), que fez questão de evidenciar o “orgulho” que sente pelo 25 de abril.
Numa sessão evocativa, que contou com canções e poemas de abril, pelo Coral de Sant’Ana e a oliveirense Lucinda Maria, o oliveirense António Campos, que travou uma luta constante anti PIDE e anti ditadura e foi um dos fundadores do PS, foi o convidado de honra.