Falta de médicos no concelho continua a preocupar presidente da Câmara, apesar da situação já não estar tão “dramática” como há uns meses atrás.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital voltou ontem a mostrar -se inconformado com a falta de médicos no concelho, apesar de admitir que a situação, nesta altura, já não é tão “dramática” como há uns meses atrás em que chegou a haver cerca de 16 mil utentes sem médico de família.
José Carlos Alexandrino falava na sessão de abertura uma iniciativa promovida pela Unidade de Cuidados à Comunidade do Pinheiro dos Abraços, que ontem assinalou dois anos de existência. “Não sei se já repararam mas a situação em Oliveira do Hospital está melhor”, assegurou o edil, considerando que bastaria “deslocar-nos ao Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde” para perceber que “já não encontramos aquele número de utentes como se encontrava”.
O autarca entende, todavia, que os problemas relacionados com a falta de recursos humanos que têm afetado a prestação de cuidados médicos à população do concelho “não estão todos resolvidos”, estimando-se que haja ainda mais de oito mil pessoas sem médico de família e várias extensões de saúde sem clinico, como é o caso mais gritante de Lagares da Beira que, apesar dos seus mais de mil utentes, está há dois anos sem médico. “Ainda não resolvemos os problemas na totalidade e enquanto houver um cidadão sem médico de família eu serei um autarca inconformado”, garantiu Alexandrino, que na próxima segunda-feira espera receber um “aliado” nesta luta pela melhoria dos cuidados de saúde primários no concelho: o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva.
Fazendo notar que a colocação de alguns médicos em Oliveira do Hospital nos primeiros meses do ano se deve a um trabalho “político” do seu executivo, o presidente da Câmara adiantou ainda haver boas perspetivas para a resolução do problema do posto médico de Lagares que, segundo o edil, poderá ver finalmente colocado um médico a partir do mês de maio. “Acredito pelas démarches que temos feito que resolvemos mais um problema, e já diminuímos drasticamente o número de utentes sem médico”, referiu, congratulando-se com o trabalho que o executivo tem feito nesta área, nomeadamente ao ceder alojamento aos profissionais médicos que prestam serviço no Centro de Saúde.
Além da luta pela fixação de médicos no concelho, o autarca deu ainda conta da obra que irá ser lançada quer em Ervedal da Beira, quer em Avô com vista a melhorar as condições destas duas extensões de saúde, contribuindo assim para a melhoria da prestação de cuidados à população. “Bom seria para o presidente, e sentir-me-ia feliz no dia em que a saúde em Oliveira do Hospital deixasse de estar nos jornais ou nas televisões, seria sinal que nos podíamos preocupar com outras politicas de boas práticas territoriais”, afirmou, esperando não se “desgastar mais” com as questões da saúde que, nalguns momentos, lhe causaram alguma angústia e até desespero, como aconteceu, na última semana de 2015, em que os médicos que prestam serviço nas urgências do Centro de Saúde ameaçaram não continuar a assegurar o serviço 24 horas, se não fossem contratados novos profissionais para os render.
Momentos de desânimo que já terão passado, aguardando-se agora novas respostas para a saúde no concelho, como a que ainda ontem assinalou dois anos de existência Trata-se da Unidade de Cuidados à Comunidade, integrada no Centro de Saúde, e atua essencialmente junto de grupos vulneráveis não só no âmbito da saúde escolar, mas também tem uma equipa de cuidados continuados integrados que presta cuidados no domicílio. Uma intervenção de proximidade que querem ver alargada, e daí também o objetivo da ação promovida ontem num espaço de diversão noturna, destinada a debater as relações perigosas dos jovens, em particular com o álcool e as drogas.