Proposta de alienação de quota deverá ser apresentada na próxima reunião da Assembleia.
A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital prepara-se para alienar a quota que detém na estrutura da BLC3 – Campus de Tecnologia e Inovação, localizado em Lagares da Beira. A medida foi defendida por José Carlos Alexandrino na última reunião do executivo.
O presidente do Câmara Municipal não duvida do potencial da BLC3, reconhecendo tratar-se de um projeto de “interesse municipal que pode fazer a diferença no território”, mas admite que gostaria de ver resultados “mais rápidos”. Pese embora o reconhecimento internacional que o projeto Centro Bio tem merecido, José Carlos Alexandrino denuncia a “falta de financiamento” por parte do governo para o projeto piloto da biorrefinaria, verificando que “isso tem feito toda a diferença”. Também o Município tem tido uma “intervenção residual na BLC3 e não tem subsidiado com nenhuma verba”, pretendendo agora o autarca avançar com uma proposta de alienação da quota do Município na estrutura da BLC3, em benefício de uma universidade que já terá manifestado interesse nesse sentido. Para José Carlos Alexandrino, a saída da Câmara Municipal da BLC3 vai facilitar “a agilização de alguns processos que serão mais céleres não estando nós na BLC3”.
“A BLC3 deve ter uma estrutura própria e não ser uma dependência da Câmara Municipal”, defendeu assim o autarca oliveirense, recordando o investimento de cerca de um milhão de Euros feito pelo município naquele projeto de tecnologia e inovação e que engloba a incubadora de empresas. “É deles. Têm o direito de a governar. Se falhar temos o direito de reversão do que lá está. Mas espero que não falhe porque a Câmara deve ter investido à volta de um milhão de Euros. Isso é dinheiro nosso”, referiu. José Carlos Alexandrino entende que a BLC3 “tem bases para avançar” e “um potencial enorme” que é reconhecido por outros municípios que a querem replicar. De modo particular, o autarca oliveirense aprecia a “vida” que foi dada ao espaço da antiga Acibeira, onde só existia “morte”, recordando que foi no seu executivo que o espaço foi adquirido por 150 mil Euros ao Crédito Agrícola, contrapondo com a atuação do executivo PSD (anterior ao seu) que “nunca se importou e deixou roubar, não fazendo a reversão dos terrenos”.
Alexandrino respondia assim ao vereador do PSD, João Paulo Pombo Albuquerque que questionou o presidente da Câmara sobre o “grau de empenhamento” do município na BLC3, cujo projeto Centro Bio voltou a ser alvo de reconhecimento internacional. Conhecedor do projeto das micro algas de terceira geração que está a ser desenvolvido pela BLC3, o eleito pelo PSD quis saber se também este projeto se ficará pelos reconhecimentos internacionais, porque no que respeita ao Centro Bio, “na prática não se vê absolutamente nada”.