Oliveira do Hospital marcou início da fase “Bravo” com apresentação do Dispositivo Municipal de Combate a Incêndios Florestais, chamando a atenção para o elevado número de ocorrências associadas a comportamentos negligentes.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital e primeiro responsável pela Proteção Civil Municipal aproveitou ontem a apresentação do Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais para pedir uma “atuação diferente” do Governo relativamente aos diferentes agentes de proteção civil que estão no terreno.
Apesar dos números apontarem para uma redução da área ardida, nos últimos anos, no concelho, José Carlos Alexandrino entende que “é preciso abrir verbas do quadro comunitário para dotar as corporações de bombeiros de meios mais modernos e mais eficazes”, de modo a melhorar ainda mais o combate.
O autarca voltou a lembrar, nomeadamente, que o dispositivo dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital continua com menos uma viatura, que ardeu num fogo em maio do ano passado, e até agora ainda não foi reposta, e que a Corporação de Lagares não viu atribuída, no âmbito de uma candidatura, uma nova viatura de combate, com o argumento de que sua atuação se limita à área do concelho. “Não me conformo que alguns itens tenham sido subavaliados, porque os Bombeiros de Lagares, como os de Oliveira do Hospital, atuam quando são chamados a outros concelhos e por isso têm que ser supramunicipais”, garante o edil, que não aceita um “retrocesso” nas políticas de proteção civil que tem vindo a ser tomadas, sobretudo na área do combate a incêndios florestais.
O edil que participou ontem de manhã num simulacro de incêndio nos terrenos adjacentes ao espaço da feira, como forma de testar a operacionalidade do dispositivo municipal de combate, no arranque da primeira “fase” crítica de incêndios florestais, destacou a importância destes exercícios e do contacto com a população para “o sucesso das operações”. Lembrando os grandes incêndios de 2005 e 2009 responsáveis pela destruição de uma vasta mancha verde do concelho, Alexandrino deu nota da aposta em “adequadas políticas de defesa da floresta contra incêndios” e a consequente “redução da área ardida” nos últimos anos, o que se fica a dever entre outros fatores à “eficácia do ataque inicial”. “A primeira resposta é que dita a eficácia do combate e nesse aspeto temos vindo a melhorar muito”, garante o edil, acreditando que as várias ações de sensibilização levadas a cabo no terreno dirigidas também para as questões da negligência, têm dado resultados. “Dizer-vos que, mesmo nestas fases mais críticas, deito-me descansado na minha cama, porque sei que por trás de mim há uma organização capaz de dar respostas o mais rapidamente possível quando as pessoas precisam do vosso apoio”, rematou ainda o presidente e responsável da Proteção Civil Municipal.
Também o Comandante Operacional Distrital, Carlos Luís, destacou a “oportunidade” do simulacro levado a cabo pelo Dispositivo municipal de combate a incêndios, na medida em que chamou à atenção dos oliveirenses e não só, para a problemática dos fogos florestais com origem em práticas negligentes.
Uma prática que, segundo o coordenador operacional da Proteção Civil Municipal, José Carlos Marques, está na origem de um número elevado de ocorrências no concelho e que é preciso diminuir. E para tal, nada melhor, que ir junto da população “alertar consciências” para uma preocupação que é o uso do fogo, sobretudo nesta época do ano.