Autarca oliveirense deixou claro, este domingo, durante um encontro autárquico promovido pela Concelhia do PS que só será candidato em 2017 se houver respostas para o problema das ligações rodoviárias ao concelho.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital voltou, este domingo, a colocar nas “mãos” do Governo a responsabilidade de uma decisão sobre a sua recandidatura ou não a um terceiro mandato à frente dos destinos da autarquia.
José Carlos Alexandrino falava durante um encontro autárquico, promovido pela Comissão Política Concelhia do Partido Socialista e que serviu de pontapé de saída para a campanha eleitoral que se avizinha. Num encontro onde não faltaram diversos notáveis do partido, autarcas, militantes e muitos simpatizantes, o presidente do Município não deixou passar em vão aquela que é sua grande luta desde que foi eleito em 2009, para um primeiro mandato, deixando bem claro que só será candidato ao “tri”, se o Governo resolver o problema das estradas que estão prometidas há vários anos aos oliveirenses.
“Acho uma vergonha que a EN17, cujo concurso foi lançado em 17 de agosto de 2015, até agora não tenha sido assinado nenhum contrato. Não posso admitir, não posso compactuar com isto, independentemente do Governo ser do PS”, afirmou o edil, num tom inflamado, perante dirigentes locais e nacionais do partido que o elegeu e que o quer voltar a “reconduzir” em 2017. “Há coisas que eu não percebo neste Governo”, continuou Alexandrino, lembrando que Oliveira do Hospital apenas reivindica uma estrada “digna desse nome”. “Não queremos auto estradas, queremos uma estrada que custa 25 milhões de euros até à Zona Industrial da cidade”, aludiu, apontando o dedo ao Ministério que tutela as infra estruturas rodoviárias, lamentando que haja “coisas neste Ministério que não andem tão bem”. “Não consigo perceber que o Governo faça investimentos no Porto e quando nós reivindicamos essas obras para Oliveira do Hospital dizem-nos que não há dinheiro”, criticou o autarca, avisando Lisboa que “ainda está a tempo de combater algumas injustiças que se têm feito a Oliveira do Hospital”, nomeadamente a questão da requalificação da Estrada da Beira e a ligação do IC6 até à cidade oliveirense, investimento que espera ver comparticipado por Bruxelas, depois de algumas negociações “encetadas” ainda na semana passada, aquando da sua deslocação ao Parlamento Europeu, no âmbito da Semana das Regiões.
Mas nem só de acessibilidades depende a sua recandidatura em 2017. Questões sensíveis como a saúde, onde foi necessário o atual executivo ter travado uma batalha para a colocação de mais médicos de família e conseguir a manutenção do SAP a funcionar 24 horas, e ainda a justiça e o facto de até ao momento não terem sido devolvidas a maioria das competências retiradas ao tribunal da Comarca, fazem Alexandrino adiar a sua decisão relativamente a uma recandidatura. “Agradeço o convite do PS para me recandidatar, mas deixo isso nas mãos do Governo. O meu futuro a Deus pertence e a vós em Lisboa”, afirmou, dirigindo-se sobretudo à Secretária Nacional do PS para as Autarquias, Maria da Luz Rosinha, que não tendo deixado em Oliveira do Hospital qualquer garantia de que as obras reivindicadas por José Carlos Alexandrino serão feitas em 2017, até porque no caso do IC6 a obra não poderá suportada pelo Orçamento de Estado, assegurou, contudo, que “algum compromisso poderá haver” nesta matéria de modo a concretizar este anseio dos autarcas eleitos pelo partido que, ainda nas últimas autárquicas, “mostraram que são bons e que merecem”.
Também o presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, Pedro Coimbra, se mostrou solidário com a luta do autarca oliveirense, considerando a conclusão do IC6 “uma questão de justiça para todo este território”. “A luta do IC6 tem sido também a minha luta ao lado do PS de Oliveira do Hospital e de José Carlos Alexandrino” afirmou o líder distrital socialista, que antes tinha elogiado o trabalho e a ação dos executivos do PS em Oliveira do Hospital, julgando que estes têm desenvolvido uma obra “notável”, liderada por um autarca de “exceção”.