A comemorar este ano o seu 58º aniversário, a Cooperativa Agro Pecuária de Beira Central continua a trajetória de crescimento. A vinda de novas superfícies comerciais para a cidade de Oliveira do Hospital tem sido uma constante nos últimos anos, mas contrariamente a todas as expectativas, o setor do supermercado, continua a crescer independentemente da concorrência.
“Cada vez mais me espanta como é que há pessoas em Oliveira do Hospital para aguentarem isto tudo, porque em termos de Cooperativa não se tem notado absolutamente nada a concorrência, bem pelo contrário, temos aumentado e até crescido as vendas”, garante o presidente da direção da Cooperativa, Luis Vaz Patto.
Em menos de uma década, têm assistido à instalação das principais cadeias de distribuição nas proximidades. Começou com o Continente, depois o Pingo Doce e mais recentemente, do outro lado da “rotunda do empresário”, o Lidl, todos vizinhos próximos e todos uma “ameaça” ao comércio tradicional que continua a ser a marca distintiva do Supermercado da Cooperativa.
Mas o que se afigurava sempre como uma preocupação, não passou disso mesmo. O presidente, Luis Vaz Patto, garante que “sentiram até um aumento do fluxo de clientes a virem aqui”.
Uma opinião partilhada pelos demais elementos da direção Arménio Tavares e Tomás Pedro, que não escondem o “susto” que sentem sempre que há novas superfícies a instalarem-se na cidade.
“A verdade é que não temos sentido nenhum efeito, e as vendas continuam a aumentar”, dizem também eles, falando num crescimento em 2022 superior ao valor da inflação, o que significa que “há um aumento real” das vendas.
Para a direção esta situação só vem provar que “a função social de estabilizador de preços assumida pela Cooperativa tem-se cumprido” e mantido “com alguma eficiência”. “As pessoas reconhecem esse papel e isso tem-se refletido no tipo de clientes que vem à Cooperativa. Tínhamos um público idoso e, neste momento, vê-se muita gente nova e mais jovem, o que é agradável porque é sempre uma promessa de futuro” entende o engenheiro Luis Vaz Patto, para quem a nova clientela é atraída pelos preços, mas também pelo oferta de produtos locais e regionais, que “têm cada vez mais procura”.
“Vejo que há pessoas que quando vêm cá gostam de levar esses produtos”, acrescenta Tomás Pedro, lamentando não ter espaço físico para oferecer ainda mais produtos, porque “já estamos com produtos até à porta”, dizem.
Cooperativa cresce também na Formação aos Agricultores
Cerca de 500 agricultores concluíram formação como motoristas de trator, reforçando as condições de segurança na condução e manuseamento destes veículos
Também a área agrícola registou um incremento das vendas nas lojas de Oliveira do Hospital e Arganil, sobretudo desde a pandemia, e de “algum regresso à pequena agricultura familiar, o que é complementado, cada vez mais também, com os serviços de apoio técnico.
“A este nível a formação tem evoluído e funcionado muito bem, com uma grande adesão dos nossos associados”, garante o presidente da direção, sublinhando a importância desta componente para os pequenos agricultores da região.
Desde o início da formação, em 2018, só cursos de motorista de trator já fizeram cerca de 500. “Tem sido uma aposta muito consistente e que tem tido muito significado”, considera, dando o exemplo do curso de agricultura biológica que está agora a decorrer e que conta com 16 formandos que, após a formação, poderão ainda contar com o apoio de um técnico nesta área que irá fazer o acompanhamento aos agricultores.
A fechar mais um ano com motivos de confiança no futuro, a direção não esconde que, apesar da conjuntura económica do país, as perspetivas são boas. “Essencialmente chegamos ao fim de mais um ano e sentimos que estamos a cumprir os objetivos para que a Cooperativa foi criada: o papel social de estabilizador de preços e de apoio à parte agrícola, em grande medida”, conclui a direção.
Dados da Formação desde 2018
Conduzir e operar com o trator em segurança: 28 ações de formação, 448 formandos aprovados;
– Aplicadores de produtos fitofarmacêuticos (inicial): 7 ações de formação, 124 formandos aprovados;
– Maneio e condução das colónias ao longo do ano – Apicultura: 3 ações de formação, 48 formandos aprovados.
– Modo de produção biológico (ação homologada pelo Ministério da Agricultura: 1 ação, 16 formandos aprovados.
Previsão para 2023
– Motosserras e motorroçadoras;
– Podas e enxertias;
– Aplicadores de produtos fitofarmacêuticos (atualização).