A Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP) desafiou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital a gerir o “Fundo Revita” para os concelhos que foram afetados pelos incêndios de outubro. O desafio foi lançado por Luís Lagos, presidente da Associação, na última reunião da Assembleia Municipal, onde é deputado.
Luís Lagos alertou para as “injustiças que têm grassado” para com as vítimas do grande incêndio, aludindo, em particular, ao facto de o Fundo Revita, que foi criado para as vítimas de Junho e gerido pelo autarca de Castanheira de Pera, “não contemplar, na sua regulamentação, os concelhos afetados pela tragédia de outubro”.
“Era importante que os concelhos de outubro integrassem o Fundo Revita”, defendeu Luís Lagos, entendendo que os donativos devem estar sujeitos a uma gestão profissional, para que não se assista a uma “gestão ad hoc e caritativa” do “dar o cabaz”. “Não é o tipo de solidariedade que as pessoas precisam. Precisam de ajuda regulamentada”, referiu o dirigente e deputado, mostrando-se disponível para apoiar o autarca oliveirense.
Sem responder ao desafio, o presidente da Câmara Municipal destacou a conta solidária, que foi crida pelo município no pós incêndio, e que terá na ordem dos “30 mil Euros”. José Carlos Alexandrino lamentou o “clima de desconfiança” que se criou em torno dos apoios canalizados para as vítimas. “Há muita gente que pergunta onde anda o dinheiro para Pedrógão. Isso foi fatal como o destino para aqui”, referiu, informando que até agora o município “não tirou um tostão daquela conta” e que todas as despesas foram pagas com orçamento da Câmara Municipal. “A conta está virgem e imaculada”, assegurou.