Revolta contra proposta de extinção de Vila Franca da Beira.
O presidente da Junta de Vila Franca da Beira avisa os dirigentes locais do PSD para tirarem as “patas” da freguesia, depois das posições assumidas relativamente à lei de reorganização das freguesias, que no caso de Oliveira do Hospital resultou na proposta de abate de cinco autarquias, entre as quais Vila Franca, agregando-a com Ervedal da Beira. Revoltado contra a proposta concreta da Unidade Técnica, e com uma lei que “é uma afronta aos municípios e às populações”, João Dinis, acusa a atual direção da Comissão Política Concelhia Social Democrata de falta de “solidariedade” com as freguesias e sobretudo com as populações, nomeadamente quando em sede da última assembleia municipal se mostrou favorável à pronúncia deste órgão autárquico sobre as freguesias a extinguir no concelho. “Alguns nem respeitaram sequer a memória dos seus companheiros já mortos que há 24 anos lutaram pela criação da freguesia de Vila Franca da Beira”, lamenta o autarca comunista, acusando o PSD local de ter usado a sua freguesia como “arma de arremesso” político, durante o debate na Assembleia Municipal sobre a questão da pronúncia, alegando que Vila Franca não cairia se este órgão máximo do concelho tem apresentado uma proposta de freguesias a agregar. João Dinis garante que não só esta situação é uma afronta aos autarcas, como, na prática, não teria sortido efeito já que a proposta final da UT recai em freguesias que nunca foram cogitadas, como S. Paio de Gramaços, às portas da cidade de Oliveira. Nogueira do Cravo, que estava no primeiro mapa da reforma autárquica, para “abate”, só não o foi porque a Assembleia Municipal votou a sua desclassificação de freguesia urbana para rural, faz notar, por outro lado, o autarca vilafranquense, ressentido com as posições do PSD concelhio. “Os capatazitos do PSD local que tirem daqui as patas, porque não são dignos de virem a Vila Franca”, recomenda o presidente da Junta, ao mesmo tempo que reclama a revogação imediata da lei de abate das freguesias. “A agregação é uma falsa questão, porque só passa a haver uma Junta e um presidente, isto é voltar á situação de há 24 anos atrás quando a freguesia foi criada”, garante João Dinis, lamentando que o partido que entendeu criar a freguesia, seja o mesmo a fechá-la. “Isto é um retrocesso”, refere, disposto a encetar todas as formas de luta contra esta lei de reorganização administrativa.
Para o próximo sábado está já marcada uma ação de protesto no concelho. Trata-se de uma marcha lenta e vai percorrer as cinco freguesias com ameaça de extinção, estando prevista uma paragem em cada uma delas. Vila Franca será mesmo o ponto de partida dos manifestantes, que se preveem em grande número pelas estradas do concelho. Pelo menos, pelo que toca a Vila Franca, João Dinis, assegura desde já uma “forte presença”, até para mostrar aos “capatazes da troika” que esta lei tem de ficar pelo caminho.