Carlos Maia estranha postura da ARSCentro que até agora não deu qualquer resposta às populações.
O presidente da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, Carlos Maia, mostrou-se na última reunião da assembleia municipal, indignado com a situação que se vive atualmente na extensão de saúde local, nomeadamente com a ausência prolongada do médico que presta ali serviço que se encontra de baixa por tempo indeterminado, deixando várias centenas de utentes sem qualquer assistência.
O autarca do PS garante já ter feito chegar o problema ao diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior e à Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), mas até agora sem qualquer resultado. “Até agora não obtive resposta de ninguém, o que lamento, e as populações também estranham muito isto”, afirmou Maia, lembrando que não foi para isto que a Câmara Municipal investiu dinheiro numa extensão de saúde nova, e que por isso “alguém tem de ser responsabilizado”.
“Há seguramente responsabilidade de alguém, porque as populações não vão aguentar muito mais esta situação”, entende o presidente daquela União de Freguesias, lembrando que a paciência da população começa a esgotar, nesta altura. “Se ninguém disser nada, porque é que não faz por qualquer motivo, não se admirem que as populações se revoltem e se indignem. Não podemos aceitar isto de forma impávida e serena” assegura o autarca, visivelmente incomodado com a situação.
Um problema que parece também incomodar o PSD, que pela voz do deputado João Esteves, chamou a atenção para a situação “anómala” que se está ali a viver com a falta de médico há mais de dois meses e sem qualquer perspetiva de reabertura, pois “está lá um aviso na porta a dizer que esta se encontra encerrada por tempo indeterminado por falta de médico”. “É uma situação que não se compreende, porque a Câmara Municipal fez ali um grande investimento que não pode ser deitado fora”, referiu o eleito do PSD, para quem as pessoas estão a ser “abandonadas” pelo Serviço Nacional de Saúde.
Presidente da Câmara garante que irá à “frente” numa eventual manifestação por melhores serviços de saúde no concelho
Também o presidente da Câmara Municipal, José Carlos Alexandrino, se mostrou solidário com o autarca ervedalense, considerando “incompreensível” que o Centro de Saúde ainda não tenha “colocado um médico a substituir o médico que está de baixa” e mais grave do que isso ainda é que recrute “a própria administrativa e o enfermeiro para Oliveira”.
“Não foi para isto que recuperámos a extensão de saúde”, vincou o edil, não deixando, ainda assim, de lamentar que os que agora criticam a falta de médico “não se tenham preocupado com aquela extensão de saúde quando aquilo era um pardieiro”.
José Carlos Alexandrino disse, todavia, não estar na disposição de perder mais tempo com a presidente da ARSC e deixou a garantia de levar o caso diretamente à Ministra da Saúde com quem reuniu no passado dia 2, com o objetivo de falar do problema das urgências diurnas em Oliveira do Hospital. “Temos que resolver estes problemas e estarei na disposição de lutar por aquilo que temos para defender os que são mais frágeis”, garantiu, entendendo que é uma questão de “dignidade” e de “direitos” das populações verem novamente assegurado este serviço de saúde. E se for caso disso, “serei o da frente” nessa luta, garantiu o edil, para quem o concelho espera há demasiado tempo para recuperar as emergências médicas 24 horas.