José Carlos Alexandrino diz que é confrontado com cada vez mais casos de pessoas que vêem penhorados os seus bens por alegadamente não cumprirem contratos feitos em “letra miudinha”.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, está preocupado com o crescente número de casos de pessoas que lhe vêm pedir ajuda para resolver problemas relacionados com contratos de fidelização com grandes operadoras de telecomunicações.
O autarca garante que já tem ajudado a resolver algumas situações em que as pessoas “vêem penhoradas as próprias casas e os tarecos” por causa de quantias de 100 euros, e muitas vezes sem “serem notificadas de nada”. “Isto é a maior vergonha que existe”, denunciou recentemente o autarca, dizendo-se revoltado, acima de tudo, com quem faz as leis na Assembleia da República, que “defendem estas grandes empresas”.
“Nós percebemos que há deputados que trabalham para grandes escritórios de advogados que fazem os contratos para essas empresas”, referiu, entendendo que “alguém tem que pôr ordem nisto”. “Esses advogados fazem esses contratos em letras miudinhas e depois obrigam os pobres a pagar, é preciso proteger esta gente que lhe penhoram as casas e tudo sem coração, sem nada” exortou o edil, confessando-se indignado com a forma de atuar destas grandes empresas, que por quantias pequenas de dinheiro, deixam famílias inteiras no “desespero”. Contudo, “vemo-las a patrocinarem grandes clubes à custa desta gente pobre”, lamentou.
“Tem-me chocado o número de casos de pessoas completamente desesperadas sem saber o que lhe aconteceu para terem tudo penhorado”, constata o presidente da Município, para quem “tudo isto é imoral” e a prova de como as entidades reguladoras nestes setores, simplesmente, não funcionam. “A DECO tem feito muitas reclamações disto, mas os reguladores que deviam ver isto, não fazem nada”, critica Alexandrino, julgando que é necessário “pôr estes grandes grupos na ordem”, que se aproveitam do consumidor mais incauto. “Houve aí um caso em que a pessoa deixou passar os prazos e de 100 euros que tinha a pagar, passou para mais de mil euros, sem nunca ter sido notificada”, relatou, inconformado com as queixas permanentes de munícipes em desespero por causa de contratos assinados com grandes operadoras.
Lamentando que estas empresas estejam a “espoliar” as pessoas mais indefesas, Alexandrino não receou em trazer o problema à praça pública assumindo-se mesmo como “a voz dos pobres” perante os “grandes” grupos que atuam “sem apelo, nem agravo”.