Oliveira do Hospital protestou contra extinção das freguesias.
Não querem ser coveiros das suas freguesias e “enterraram simbolicamente” a lei de reorganização administrativa, numa marcha lenta que teve como objetivo percorrer as cinco freguesias do concelho afetadas pela proposta da Unidade Técnica. Foi esta a forma encontrada pelos vários autarcas de Oliveira do Hospital, incluindo o seu executivo camarário, para mostrar ao Governo que são contra a reforma das freguesias, e mais ainda, contra a extinção de cinco freguesias no concelho. O “cortejo” de protesto começou em Vila Franca da Beira, com a primeira paragem marcada na Lajeosa, onde o executivo da Junta e populares se juntaram para fazer o “enterro” da lei e dos “Coelhos” que simbolicamente eram transportados no interior de um caixão. Um protesto que espelhou a indignação de todos os autarcas presentes, incluindo o presidente da Câmara, que voltou a ser duro nas criticas a uma lei que, ao invés de unir as freguesias, só está a causar “desunião” e a fazer com que as freguesias rurais “fiquem ainda mais abandonadas”. “Uma coisa é uma reorganização no meio urbano, outra coisa é no meio rural, aqui as pessoas ficam mais desprotegidas e entregues a si próprias”, argumentou novamente o edil, inconformado com a proposta da Unidade Técnica que desenhou o novo mapa autárquico. José Carlos Alexandrino voltou a lembrar que se o governo queria fazer uma reforma administrativa não era apenas nas freguesias, e aproveitou para responder às críticas dos dirigentes locais do PSD que “andam ai a dizer que se houvesse pronúncia só caiam três freguesias, mas na hora da verdade nunca apresentaram uma proposta”. Recordando que esta é uma luta que une todos os autarcas do concelho, que sempre se manifestaram contra qualquer processo de agregação, o presidente da Câmara, foi deixando no ar a possibilidade de avançar com novas formas de luta, caso a lei seja aprovada pelo parlamento. Uma das hipóteses, segundo adiantou, é mesmo o recurso aos tribunais através de uma providência cautelar, à semelhança do que já tem sido feito por autarcas de outros concelhos. Também os autarcas das cinco freguesias em “risco” se mostraram disponíveis para continuarem esta luta pela sua manutenção, e realçam até a solidariedade que tem havido no concelho por parte de todos os autarcas, que mesmo não sendo afetados, querem ver “esta lei enterrada”. Simbolicamente já o fizeram ontem na Lajeosa, onde seguiram em “marcha lenta” para S. Paio de Gramaços, Vila Pouca da Beira e S. Sebastião da Feira. E porque não querem ser coveiros das freguesias, os autarcas oliveirenses colocaram antes os “Coelhos” numa urna, como forma de anunciar a morte da lei, antes que a lei acabe com as freguesias.