Empresa de confeções oliveirense converteu produção e já entregou primeira encomenda de equipamento de proteção individual contra a Covid 19.
A necessidade aguçou o engenho do empresário e há uma semana que a Azuribérica, na zona industrial de Oliveira do Hospital, com 220 funcionários, está a produzir batas e pijamas cirúrgicos de proteção à Covid 19.
A primeira encomenda de 3 mil peças está pronta para ser entregue ao primeiro cliente desta nova série de produção – o Município de Oliveira do Hospital, que vai distribuir agora este Equipamento de Proteção Individual (EPI)a todas as IPSS’s do concelho, ao Hospital da FAAD e ao Centro de Saúde.
“Em conversa com o senhor presidente da Câmara, ele lançou-me o desafio e nós começámos à procurar matéria prima no mercado. Estes pijamas cirúrgicos vão servir de farda para os funcionários destas instituições que têm de os vestir quando entram e despem quando saem”, explica o administrador, Joaquim Pratas, que com a maioria das encomendas suspensas por parte dos habituais clientes, converteu parcialmente a produção da empresa, tendo começado a fabricar os primeiros equipamentos de proteção individual que, nesta fase, tanta falta estão a fazer ao país.
“É uma janela de oportunidade para a empresa que, independentemente dos apoios, continua a ter muitos custos, e por outro lado é uma forma de ajudarmos a região e o país nesta altura, porque há muita falta destes EPI´s e o que há é a preços exorbitantes”, refere o empresário, que diz ter já outras encomendas em carteira.
“A partir desta encomenda temos sido contactados por empresas particulares e pelas CIM´s da Região, para produzirmos estes e outros equipamentos”, adianta Joaquim Pratas que, além de batas e pijamas cirúrgicos, está já a desenvolver moldes para a produção de tocas, cógulas, manguitos e pezinhos, “tudo 100% poliéster, impermeável e certificado”, assegura. “Queremos ser úteis e solidários colocando estes equipamentos certificados no mercado a preços de indústria, não a preços especulativos”, diz ainda o empresário das confeções que, nesta altura tem entre 20 a 25 costureiras a trabalhar em turnos que não excedem as seis horas diárias. “Estamos a trabalhar com todas as cautelas, com distanciamento, com máscara, com desinfetantes”, faz notar, acreditando que a partir de agora “já não vamos parar”. “Claro que a 100% é muito difícil, mas podemos em breve estar a 60/65% da nossa capacidade de produção”, considera o empresário que converteu em poucos dias o “know how” da empresa em confeção de calças e blasers de homem, na produção de EPI´s.
“O nosso principal problema é a matéria prima, porque estávamos muito dependentes dos outros países como Espanha, Itália, Alemanha, mas conseguida a matéria prima temos tudo para fazer o que os outros fazem”. “Se nós fabricamos os ferraris, não havemos de fabricar os minis”, diz até com alguma ironia, sobre a capacidade e a exigência de qualidade que é colocada em toda a produção “made in Azuribérica”.