Obras de ampliação e remodelação do quartel marcam novo ciclo na vida da corporação.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira acaba de comemorar 70 anos de vida.
As comemorações, marcadas pela inauguração das obras de ampliação e remodelação do quartel e de uma nova viatura de comando, representam um novo ciclo na vida desta corporação, depois de um período negro, provocado pela dívida herdada da anterior direção.
Em dia de festa na corporação, foi realçada a aposta da atual direção, liderada por António Maceira, na melhoria das condições ao dispor do corpo de bombeiros, bem como as questões do “rigor” e da transparência nas contas da associação. “Nunca podemos dizer que uma associação destas tem uma situação folgada, mas pelo menos temos a preocupação de apresentar as contas, que era aquilo que não era feito no passado”, argumenta o presidente António Maceira, agradecendo a ajuda financeira do Município, que nos últimos anos se revelou determinante para reerguer as finanças da associação.
Apesar do esforço que tem sido feito para reequilibrar as contas, António Maceira garante que o aperto continua a fazer-se sentir, sobretudo com a diminuição drástica do número de serviços na área da saúde e no transporte de doentes. “Há atrasos nos pagamentos que causam transtornos graves à associação”, adverte o dirigente que lamenta os seus antecessores por não terem estado atentos a leis claramente penalizadoras dos Bombeiros lagarenses. “Como é que é possível nós transportarmos um doente para Arganil e depois o doente ser transportado para Coimbra numa ambulância dos Bombeiros de Arganil, quando nós estamos ali”, exemplifica o diretor, lembrando que se não fosse a “boa cooperação” com os bombeiros de Oliveira, Lagares tinha ficado há dois anos sem qualquer transporte urgente do Centro de Saúde para Coimbra. “Isto ninguém viu, nem se preocupou e nós não podemos alterar leis com dois anos”, constata, julgando que esta situação poderia significar o fim da corporação.
“Fecham escolas, fecham juntas e os bombeiros não estão livres desta situação, por isso é que nos devemos preparar bem e fazer uma gestão dos recursos com rigor”, adianta o presidente da direção dos BVLB, acreditando que estas obras, agora inauguradas, comparticipadas em 85% pelo POVT e o restante pelo Município oliveirense, vão dar um novo fôlego à vida da associação que também necessita de dar melhores condições aos seus bombeiros para atrair novos elementos para a corporação. “Estas eram obras que se impunham para melhorar a as condições dos nossos bombeiros e do serviço prestado às populações”, faz notar António Maceira, não tendo dúvidas que Lagares fica agora com “instalações de excelência” para fazer face aos novos desafios.
Apostado no aumento do número de elementos da corporação depois do “êxodo” verificado em 2011 e 2012, devido às exigências impostas em termos de tempo de formação, António Maceira preocupa-se igualmente com a constante renovação do parque de viaturas, quer ambulâncias, quer viaturas de combate a incêndios florestais, tendo-se candidatado a uma nova viatura para substituição de um carro de combate, com 29 anos de serviço. Também o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, enalteceu o trabalho de “modernização” levado a cabo pela direção da Associação Humanitária, bem como a aposta na formação e aquisição de equipamento, esperando agora que não se repitam os erros do passado.
Na festa comemorativa do 70º aniversário houve lugar para as habituais promoções e condecorações. Entre os crachás de Ouro atribuídos pela Liga de Bombeiros Portugueses destaque para a distinção feita a Amadeu Gonçalves Cura, atual presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária. Foi ainda atribuído o prémio Manuel Gouveia Serra ao Bombeiro do Ano André Filipe Abreu. Um prémio atribuído pelo Município, no dia de aniversário do bombeiro, que fez questão de entregar ao comandante o cheque de 750 Euros para aquisição de equipamento necessário ao corpo ativo.