A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital viveu, este domingo, o ponto alto das comemorações do seu centenário, com a sessão solene que voltou a reunir a família dos soldados da paz, entidades convidadas e população.
Numa cerimónia grandiosa e ao mesmo tempo emotiva, foram vários os bombeiros condecorados pela corporação e os que, já não estando presentes, foram recordados pelo seu trabalho, dedicação e entrega à nobre causa dos soldados da paz.
Um dia de “incontida alegria” como afirmava a presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros oliveirenses, Maria José Freixinho, que abriu a sessão solene com um claro apelo à comunidade: “precisamos de mais soldados da paz para termos um mundo melhor”. Um apelo em jeito de preparar o futuro da instituição que, por enquanto, não sofre de falta de voluntários. “A sua longevidade contrasta com a moldura de juventude do seu corpo activo”, observou a dirigente, para quem este é o maior “sinal de esperança e de vigor” desta associação.
Sinais de esperança e de vitalidade que chegam desde logo com as “escolinhas”, que integram neste momento cerca de 45 jovens desde os seis anos de idade, com a fanfarra, atualmente com mais de 40 jovens e também com a recém criada secção juvenil. “Somos uma grande família”, assegurava o comandante da corporação, Emídio Camacho, que ontem foi também condecorado com o crachá de ouro pelos “serviços relevantes e exemplares” prestados à causa dos Bombeiros e à casa dos BVOH, onde ingressou na sua juventude, sendo-lhe reconhecida a sua dedicação, dinâmica e capacidade de liderança.
O comandante, que tem sido um dos grandes impulsionadores do voluntariado no seio dos bombeiros oliveirenses, e que fez questão de partilhar o seu percurso com toda a equipa, não deixou também partilhar as suas preocupações com o futuro, nomeadamente o financiamento do transporte de doentes não urgentes, tendo em conta os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis e ainda a renovação do parque de viaturas de combate a incêndios. “Como puderam ver pelo nosso desfile apeado, temos um parque de viaturas ancestral que pode condicionar a nossa eficiência e eficácia. O nosso veículo mais recente tem 15 anos, este assunto preocupa-nos porque não fomos contemplados com nenhuma nova viatura das que foram atribuídas aos corpos de Bombeiros pela Autoridade de Proteção Civil, e na minha perspetiva esta deve ser uma das nossas prioridades”, comentou o comandante que se prepara para receber uma nova viatura, mas totalmente financiada pelo Município de Oliveira do Hospital.
Um investimento de 200 mil euros que não chegou a tempo do centésimo aniversário, mas que segundo o presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo, vem reforçar a operacionalidade deste corpo bombeiros que, no conjunto com os bombeiros de Lagares da Beira, somam nos últimos 12 anos, um apoio financeiro da autarquia superior a três milhões de euros.
O autarca que começou a sua intervenção com um apelo à paz na Ucrânia, referindo-se aos 19 cidadãos refugiados acolhidos entretanto pelo Município desde o início da guerra, lembrou todos quantos serviram e continuam a servir esta instituição e o “exemplo” que passam para a “nossa sociedade”. “Grande é a instituição que tão valiosos Homens tem”, afirmou, recordando os bombeiros e bombeiras ontem agraciados e que são “símbolos inspiradores” de “heroísmo” e “entrega” a esta instituição agora centenária.
(em actualização)