Presidente da Assembleia Geral do banco oliveirense, José Carlos Alexandrino, já lamentou decisão dos sócios do CA de Arganil, considerando-a precipitada.
O Crédito Agrícola da Beira Centro, reunido esta segunda-feira à noite em Assembleia Geral, votou, de forma expressiva (55-17), contra a fusão com a sua congénere de Oliveira do Hospital, caindo assim por terra o projeto de agregação das duas instituições financeiras que vinha sendo “negociado” entre ambas as direções.
Abrangendo os concelhos de Arganil, Tábua, Góis, Vila Nova de Poiares e Lousã, a Caixa Agrícola da Beira Centro fez-se representar por apenas 72 sócios, que deliberaram pela rejeição da proposta de fusão com Oliveira do Hospital, onde mais do dobro dos associados (152) votaram, em sentido contrário, por unanimidade e de “braço no ar”, este projeto.
Uma decisão que não agradou ao presidente da Assembleia Geral do Crédito Agrícola de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, que já lamentou “a atitude precipitada” do CA da Beira Centro que, no seu entender, “não entendeu o alcance deste projeto” e o “impacto económico” que este traria para a região, nomeadamente ao nível da capacidade de financiamento do seu tecido empresarial. “Tenho a certeza que não foram os interesses destes territórios que estiveram em jogo, houve, na minha opinião, uma visão muito centralizada nos interesses de um concelho esquecendo-se um coletivo”, considera Alexandrino, para quem a fusão com Arganil era “um processo natural em termos de escala”. “Não entrámos nesta fusão porque os nossos rácios são maus, pelo contrário a nossa situação financeira é absolutamente estável, não precisamos da fusão, era apenas um processo natural”, garante aquele dirigente e presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, lembrando que “da parte de Oliveira do Hospital não falhou absolutamente nada”, e que os seus sócios “honraram os compromissos” assumidos em sede de negociação com a direção da Beira Centro, o mesmo não acontecendo com os associados desta Caixa.
Apesar do não expressivo a Oliveira do Hospital, Alexandrino entende, ainda assim, que este é um processo que “não está fechado”, aguardando agora uma reunião com o presidente da Caixa Central para definir o futuro da instituição financeira oliveirense, que na sua opinião, deve ser rapidamente devolvida os sócios, com a realização de eleições. “O tempo da intervenção esgotou-se e a Caixa terá de ser novamente dos sócios”, entende o seu presidente, afastando para já um cenário de agregação com outras Caixas da região, achando que Oliveira “não se deve precipitar”.
Também o presidente da direção do Crédito Agrícola da Beira Centro e conhecido empresário da região, Francisco Batista, em declarações à Rádio Boa Nova, afirmou que este “não é um processo fechado”, acreditando que os seus associados, possam rever a sua posição, num futuro próximo, relativamente à fusão com Oliveira do Hospital, que terá sido rejeitada, em grande parte, devido aos rumores de uma possível deslocalização da sede de Arganil para a cidade oliveirense.