Empresa responsável pela obra é a mesma a quem foi adjudicada a requalificação da escola sede do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital e que também não cumpriu os prazos.
A Câmara de Oliveira do Hospital não aceitou o último pedido de alargamento do prazo para conclusão da empreitada de requalificação da Casa da Cultura, apresentado pela empresa adjudicatária – Construções CIP, alegando que esta não está a honrar os compromissos assumidos. Na última reunião pública do executivo, o presidente da autarquia, José Carlos Alexandrino, fez saber que chegou “ao limite”, e que não iria aprovar mais nenhum pedido de prorrogação do prazo, tendo em conta que os serviços técnicos da autarquia não “encontram qualquer fundamento para a prorrogação”. Alexandrino pôs à votação um parecer dos serviços da autarquia, referindo que nos autos de medição deste mês de julho, a Construções CIP, ainda tinha na sua posse mais de 245 mil euros de “adiantamento”.
Também o único vereador da oposição, João Paulo Albuquerque, votou pela não prorrogação dos prazos e questionou o executivo sobre o que pretende fazer para resolver definitivamente este problema, lembrando que se a Câmara tivesse “aplicado as coimas atempadamente tal como consta do contrato”, não estariam nesta situação.
Incomodado por esta situação estar a acontecer com uma empresa do concelho, e porque não gosta de ser “o primeiro deitá-las abaixo quando as coisas não correm bem”, o presidente da Câmara afirmou contudo ter atingido o limite. “Tentei tudo, neste tempo já houve um limite”, referiu, garantindo que ninguém mais do que ele está interessado que a Casa da Cultura seja concluída o mais rapidamente possível, até porque “fomos nós que conseguimos arranjar o dinheiro”. “O meu tempo também passa depressa e não posso perder mais tempo”, entende o autarca, que apesar deste contratempo, quer ver a obra inaugurada ainda no seu mandato. Em causa está a requalificação da Casa da Cultura e antigo colégio Brás Garcia de Mascarenhas, num investimento de 1,4 milhões de euros. Face aos prejuízos causados, a Câmara irá agora aplicar as coimas que estão previstas na lei.