Médico contratado para assegurar SAP não compareceu ao serviço esta segunda-feira.
A Câmara de Oliveira do Hospital deverá avançar com a contratação de um ou dois médicos com vista a assegurar transitoriamente o serviço de urgências do Centro de Saúde que esta segunda-feira esteve novamente em risco de fechar, depois do médico que estava destacado para o SAP não ter comparecido ao serviço.
A situação de grande precariedade vivida neste Centro de Saúde voltou a ser motivo de uma reunião que juntou ontem responsáveis do Centro de Saúde local, presidente do ACES PIN – Agrupamento dos Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte e presidente do Município, José Carlos Alexandrino, tendo sido reafirmado por parte do edil que esta unidade de saúde não irá fechar, apesar de estar a funcionar num quadro de grande fragilidade.
Refira-se que no final da semana passada, os escassos seis médicos que prestam serviço no Centro de Saúde oliveirense mostraram-se indisponíveis para continuar a assegurar o SAP 24 sobre 24 horas a partir desta segunda, precisamente devido ao incumprimento por parte da empresa contratada pela ARS Centro para a colocação de profissionais médicos neste serviço. Perante isto e uma vez que o médico que deveria render na manhã de ontem o colega, não ter aparecido ao serviço, obrigando o clínico que fez noite a assegurar o atendimento, o autarca afirmou-se disponível a pagar a “um ou dois médicos” para assegurarem as urgências, não pondo em causa os cuidados básicos à população.
“Isto será sempre uma solução transitória, mas vamos pagar algumas horas a médicos, em janeiro e fevereiro, até serem encontradas soluções mais duradouras”, adianta Alexandrino, exortando à ARS que rescinda o contrato com a empresa responsável pela colocação de médicos neste Centro de Saúde, concluindo que a mesma já deu provas que “não é de confiança”. O médico que deveria entrar ao serviço esta segunda-feira chegou a apresentar-se no domingo, tendo ficado inclusivamente alojado numa casa cedida pelo Município aos médicos que queiram trabalhar em Oliveira do Hospital.
Menos de 24 horas depois, aconteceu aquilo que já tinha sucedido com outros profissionais médicos, vão embora, forçando os médicos do quadro do Centro de Saúde a fazer vários turnos seguidos e a deixar sem médico de família vários milhares de utentes nas várias extensões de saúde do concelho. Uma situação que os clínicos oliveirenses se recusam a manter durante mais tempo, tendo ameaçado, na semana passada, deixar de assegurar o SAP nestas condições.
Também a Ordem dos Médicos na Região Centro já se mostrou solidária com a situação vivida em Oliveira do Hospital, pedindo um reforço urgente do quadro clínico desta unidade de saúde que começa a entrar em agonia. O presidente da Câmara garante também já ter pedido uma audiência ao novo Ministro da Saúde, com o objetivo de encontrar soluções para o problema da saúde no concelho.