Associação Florestal da Beira Serra realizou “caça” às espécies autóctones, numa atividade que envolveu cerca de cinco dezenas de crianças da Escola da Ponte das Três Entradas.
A CAULE – Associação Florestal da Beira Serra levou a cabo, esta quarta-feira, uma atividade diferente do habitual para chamar a atenção para a importância da floresta autóctone, sobretudo daquela nasce da regeneração natural.
Tratou-se de uma “caça” às espécies florestais características desta região e envolveu cerca de cinco dezenas de crianças do primeiro ciclo da Escola da Ponte das Três Entradas. Inserida nas comemorações do Dia Mundial da Floresta Autóctone, que se assinalou no passado dia 23, esta iniciativa teve como objetivo sensibilizar os mais novos para a importância destas espécies, nomeadamente aquelas que aparecem por regeneração natural, e “não são lá plantadas”, como fez questão de explicar a bióloga e dirigente da associação, Raquel Campos Alves.
“Decidimos fazer algo diferente do normal, normalmente nestes dias põem-se as crianças a fazer plantações de árvores, nós decidimos fazer um jogo, onde as crianças tinham que ir à procura destas espécies na floresta e identificá-las, colocando uma bandeirinha com o nome das árvores”, refere a técnica, para quem, mais importante do que plantar espécies autóctones, é “valorizar e conduzir a regeneração natural” que existe na região. “Estas árvores estão geneticamente mais adaptadas ao nosso clima, à região – porque a semente estava lá na terra – do que propriamente as espécies que são plantadas, que muitas vezes vêm de países completamente diferentes”, esclarece ainda a bióloga que se mostra agradada pelo facto de haver muita “regeneração natural” na região.
“É preciso é que as pessoas apostem mais nestas espécies e que as deixem ficar no terreno, e até mesmo em termos de plantações, é importante que as pessoas pensem em colocar mais estas árvores, para que o mercado se desenvolva e aumente mais a área de espécies autóctones”, referiu, não deixando de lamentar que, nos últimos anos, algumas espécies exóticas como o eucalipto, tenha vindo a ocupar o lugar da floresta típica desta região, ultrapassando “os níveis desejáveis em termos de área de plantação”. Neste contexto, a dirigente referiu-se à “perda” da área de pinheiro bravo, devido à doença do nemátodo da madeira, problema que continua por controlar.