A Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais, com sede em Oliveira do Hospital, acaba de fazer o apelo novamente ao Governo para dar cumprimento ao previsto na Estratégia Nacional para as Florestas e acabar de criar as 500 equipas de Sapadores Florestais previstas nesse Programa, há pelo menos 10 anos, como o número mínimo para a estratégia de Defesa da Floresta contra Incêndios.
Numa reação às recentes declarações do Secretário de Estado da Floresta, em entrevista ao jornal Público, onde este defendia a integração dos Bombeiros no atual modelo de prevenção, o presidente da FNAPF, Vasco Campos, lembra que “o modelo integrado de prevenção e combate já existe e chama-se sapadores florestais”, pelo que, “é neste modelo que o Governo deve investir imediatamente”, deixa claro.
O dirigente refere ainda que “limpar matas”, tarefa que o Governo parece querer agora colocar também nas mãos dos bombeiros, “implica planeamento e Engenharia Florestal” e explica que “esta não é uma qualquer atividade desgarrada, como quem limpa o chão de uma casa, mas sim uma ação de cariz técnico e integrada com outras ações de âmbito florestal”. “Os bons exemplos de algumas Equipas de Sapadores Florestais geridas por organizações de Proprietários Florestais e ainda de outras entidades que possuem meios pesados de combate a incêndios florestais, levam-nos a defender como sendo esse o caminho a tomar. Assim devem ser alocados às Equipas de Sapadores Florestais, que se constituam em Brigadas, meios suficientes para estas exercerem as suas funções no combate, aproveitando as suas capacidades em pleno”, defende ainda o presidente da FNAPF, não tendo dúvidas que as Equipas de Sapadores Florestais e os Engenheiros Florestais que as coordenam “são os mais bem preparados para exercerem as funções de combate em fogos florestais”, na medida em que “são eles que trabalham todo o ano na floresta, planeando e executando, conhecendo como ninguém os caminhos, as faixas de gestão de combustíveis, os povoamentos e as pessoas”.
Além disso, o dirigente da FNAPF lembra que 98% da propriedade florestal portuguesa é privada e, como tal, “as políticas de prevenção e combate aos fogos florestais devem envolver e incluir os legítimos proprietários, bem como as suas organizações”.