Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fundação Aurélio Amaro Diniz e Município de Oliveira do Hospital assinaram, ontem, um protocolo de colaboração com vista à melhoria das condições de trabalho da equipa de saúde mental a funcionar desde 2015 no Centro de Saúde de Oliveira do Hospital e que vai passar agora para umas instalações próprias cedidas pela FAAD, junto ao hospital.
A formalização do acordo decorreu no âmbito do 1º Simpósio sobre Saúde Mental no Pinhal Interior Norte, que teve lugar durante todo o dia de ontem, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e que contou com a presença de vários especialistas nesta área, bem como representantes da rede social que trabalha mais diretamente com a consulta de saúde mental.
Na abertura do encontro, o presidente do Município, José Francisco Rolo, deu nota do trabalho desenvolvido nos últimos anos nesta área e da importância que o seu executivo tem dado a este tema e aquilo que representa para o bem estar das comunidades. “Falar de saúde mental não é só falar de doença mental grave, ou falar se estamos malucos, tem muito a ver com o nosso bem estar pessoal e social”, referiu o edil, que aproveitou a ocasião para agradecer a resposta que tem sido dada ao longo dos últimos anos pela equipa multidisciplinar, liderada pela médica Célia Franco, que entre as muitas respostas, ajudou a esbater o estigma associado à doença mental. Com esta mudança de instalações, José Francisco Rolo acredita que a saúde mental vai ganhar uma nova “centralidade”, contribuindo para “adensar” a rede de cuidados prestados à população nesta área da saúde que, não tem dúvidas, “é muito importante”.
A sublinhar também a importância da resposta encontrada em Oliveira do Hospital, o Presidente do Conselho de Administração do CHUC, Carlos Santos, lembrou o investimento em curso, superior a sete milhões de euros, em novas unidades de psiquiatria e requalificação de instalações na região que servem essencialmente para aproximar este serviço das populações que dele necessitam.
Com mais esta “valência” da saúde mental, o presidente da FAAD, Álvaro Herdade, entende que a instituição mostra que está cá “para servir as pessoas” e colocar “todos os seus activos na prestação de cuidados de saúde à população”. “Foram sete anos à espera deste protocolo”, recordou o médico que preside aquela IPSS, aproveitando para fazer o lamento relativamente aos outros protocolos que o Hospital tem com o Ministério da Saúde para a prestação de cuidados médicos à população, nomeadamente o serviço de Urgências, que continua à espera de “luz verde” para funcionar 24 horas por dia/ 7 dias por semana. “Entretanto já lá vão quase seis anos que estamos à espera” recordou Herdade, lamentando que a Administração Central não tenha correspondido nas verbas aquilo que é “a capacidade de assistência” prestada pelo hospital da FAAD.
Além do protocolo com a Fundação, foi também assinado um acordo de parceria com a ARCIAL, tendo em conta o apoio e os projetos que esta IPSS desenvolve nesta área, nomeadamente, como apontou o seu presidente, Artur Abreu, a criação de uma unidade ligada à saúde mental.
A consulta de saúde mental abrange os concelhos de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil, e já atendeu, em quase oito anos de atividade, mais de 3700 utentes.