Instituição promoveu um seminário no âmbito das comemorações do seu 50º aniversário.
A comemorar 50 anos de existência no concelho de Oliveira do Hospital, a Cooperativa da Beira Central, atualmente também com instalações próprias em Arganil, prepara-se para avançar com novos projetos com o objetivo de envolver ainda mais os associados e o apoio ao setor agro pecuário da região.
Uma das ideias em “carteira” passa pela criação de uma marca própria para a comercialização de produtos da “terra” produzidos pelos associados. Luís Vaz Pato, presidente da direção da Cooperativa da Beira Central, entende que a estabilidade financeira da instituição, depois de anos de forte turbulência, permite agora pensar em “estruturar melhor” o apoio aos associados e desenvolver ainda mais a área agrícola, atualmente responsável por uma fatia significativa do volume de faturação daquela organização.
“Queremos criar uma marca ligada à Cooperativa que integre os produtos que os sócios produzem”, garante o engenheiro, lembrando que uma das grandes dificuldades dos pequenos produtores reside precisamente no facto de não conseguirem colocar os seus produtos nos circuitos comerciais. “Hoje em dia não se consegue vender de qualquer maneira, é preciso cumprir regras muito apertadas e é difícil a cada um individualmente fazê-lo, porque não têm dimensão para isso, nem conhecimentos”, considera o presidente da Cooperativa da Beira Central, apostado na expansão da organização para uma área até aqui pouco explorada localmente. “Queremos juntar as pequenas produções locais e criar-lhe um rótulo para que possam ser colocadas no mercado”, adianta o dirigente, para quem este projeto implica a construção de umas instalações próprias para o efeito.
“Estamos em negociações com a Câmara Municipal para a compra de um lote na Zona Industrial porque temos de ter um centro de recolha e embalagem desses produtos locais”, refere Luís Vaz Pato, acreditando que este investimento poderá dar um grande contributo à agricultura de pequena dimensão e à própria agricultura familiar que, não tendo grande expressão “macro económica”, se assume como um complemento de rendimento para as famílias.
“Estamos à espera do novo quadro comunitário para ver onde vamos enquadrar este projeto, uma vez que se prevê um investimento relativamente alto”, avisa, todavia, o dirigente, que destaca a importância destes e de outros investimentos no sentido de ir ao encontro das novas “tendências” de mercado. “Temos que evoluir também no apoio técnico porque as zonas agrárias estão com cada vez menos atividade e é preciso alguém que as substitua, porque as pessoas ficam desamparadas”, constata o engenheiro, julgando que o aproveitamento dos apoios disponíveis nesta área “dão alguma esperança de rejuvenescimento do setor agrícola”. “Neste momento e com a crise pensou-se outra vez na produção agrícola, o que nos anos 90 era para acabar” recorda, acreditando num certo regresso ao mundo rural, pois mais recentemente “chegou-se à conclusão que era preciso produzir para viver”.
Líder na venda de produtos agrícolas na região, a Cooperativa da Beira Central tem apostado igualmente no crescimento do supermercado, localizado na cidade de Oliveira do Hospital, que tem funcionado, ao longo dos anos, segundo Luís Vaz Pato, como um estabilizador de preços. “A nossa função é evitar que os preços disparem e fornecer os produtos aos preços mais moderados possível”, garante o dirigente, que falou precisamente do papel da agricultura familiar na economia da região, num seminário inserido nas comemorações do 50º aniversário da Cooperativa.