Apresentação da candidatura à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital marcada pela ausência de presidentes de Junta e “notáveis” do PSD local.
“Sou o novo rosto de Oliveira do Hospital e estou preparada para ser a vossa presidente”, foi assim que a candidata do PSD às próximas eleições autárquicas no concelho, Cristina Oliveira, começou por se apresentar aos militantes e simpatizantes que fizeram questão de marcar presença, no último piso do hotel S. Paulo, para o anúncio formal da sua candidatura.
Apesar da ausência notada de figuras destacadas do PSD local, nomeadamente presidentes de Junta e eleitos à Assembleia Municipal, Cristina Oliveira adotou um discurso “ganhador” e “determinado” em vencer o próximo desafio autárquico, assumindo-se desde logo como uma mulher que “não tem medo de desafios” e que “acredita que é possível fazer mais e melhor pelo concelho” que é também a sua terra natal.
Num longo discurso, onde não faltaram críticas à governação do partido socialista, a candidata do PSD explicou como pretende inverter o ciclo de “inércia e de falta de estratégia” do atual executivo do PS, disponibilizando-se a partir de agora a “cuidar de Oliveira do Hospital”, nas várias áreas de intervenção. Lembrando que a “social democracia é uma marca de identidade deste concelho”, e que há todo um passado de “grandes vitórias” do PSD em que é “preciso agarrar”, Cristina Oliveira aproveitou o momento para dar nota das principais linhas estratégicas do seu projeto, anunciando à cabeça um pacote de medidas de reforço da autonomia das freguesias, “com plano de ação e objetivos muito bem definidos”, para que as “freguesias não fiquem mais sujeitas às manipulações politicas por parte de quem governa”.
Segundo ponto, e não menos importante, para a cabeça de lista laranja, é o desenvolvimento económico do concelho, apontando “prioridade máxima a politicas que atraiam e fixem gente em Oliveira”. “Se há dinheiro para concertos, festas, almoços e autocarros, porque não há de haver dinheiro para criar empresas e emprego”, questionou, num claro ataque ao executivo de José Carlos Alexandrino que, voltou a ser acusado pelos dirigentes locais do PSD, de despesista e demagógico. Também Cristina Oliveira entende que os cada vez mais escassos recursos financeiros das autarquias não podem continuar a ser “desbaratados”, e que “há que construir bons projetos, aproveitando ao máximo os fundos comunitários disponíveis”.
Cuidar dos oliveirenses para a candidata significa também apostar forte no setor primário, nomeadamente numa agricultura moderna e de elevado rendimento, mas também no setor florestal, onde Cristina Oliveira, promete mesmo avançar com um Centro de Investigação no concelho dedicado à florestal, assumindo esta como uma das maiores “riquezas da região”. Setores que a par com o turismo e o património devem ser encarados como uma oportunidade para as gentes de Oliveira do Hospital, pois “não podemos descurar estas riquezas que não têm sido promovidas adequadamente, mas apenas com medidas avulsas”. “Apresentarei um plano de divulgação turístico apelativo e integrado na rede regional”, prometeu a candidata que, enquanto dirigente regional de educação, focou a aposta do seu projeto nas áreas da educação e formação “ajustada às necessidades” da região.
Alexandrino acusado de falta de honestidade política
Foi na parte da educação que Cristina Oliveira abriu um “parêntesis” para devolver as criticas que o presidente da Câmara de Oliveira lhe tem dirigido através da comunicação social, a propósito da decisão da tutela de criar apenas um mega agrupamento de escolas no concelho. A candidata laranja e ex diretora regional de educação acusou José Carlos Alexandrino de “falta de honestidade política” num processo marcado, segundo ela, por “manobras de diversão” para justificar “a não assunção de responsabilidades por parte do autarca que é também profissional da educação”. Cristina Oliveira garante que há um ano atrás foi confrontada com uma “brutal e intransigente resistência ao diálogo” e “uma recusa de todos em colaborar comigo” no processo de agregação de escolas, para “oito meses ser confrontada com a mesma proposta” por parte do projeto educativo local que, no seu entender, “não só não acrescentou nada” como traz uma perspetiva “demolidora” em termos de evolução da população escolar no concelho. “Um politico sério e honesto não deve ter medo de negociar propostas”, afirmou a candidata e adversária politica de Alexandrino, acusando ainda o autarca de ter preferido jogar com “ações de mentira deliberada”. “O futuro irá provar que o novo agrupamento deverá ser um motor de desenvolvimento do concelho”, considerou, prometendo, a partir de agora, dedicação e disponibilidade total para lutar pela Câmara de Oliveira, que quer conquistar numa campanha sem “demagogia, nem maledicência”.