Executivo visita simbolicamente habitação totalmente remodelada em Seixo da Beira e garante que muitas mais estão em fase de obra.
Num dia que se queria de esperança e não de festa, o presidente da Câmara fez questão de assinalar o processo de reconstrução de casas de primeira habitação, com a visita a uma casa que o fogo tinha consumido na fatídica noite de 15 para 16 de outubro do ano passado em Seixo da Beira, encontrando-se já em fase de conclusão. “Esta casa tem uma história e por isso é que aqui estamos hoje”, conta Alexandrino que recorda a tragédia que, 15 dias antes do fogo, tinha atingido brutalmente um dos seus moradores – um homem de 52 anos – que vivia com a irmã e que sofreu ferimentos graves na sequência de um acidente de viação a poucos metros da habitação. “Isto era uma daquelas prioridades, percebe-se porquê”, faz notar o edil, que apesar das criticas de que tem sido alvo relativamente à forma como está a decorrer a reconstrução das casas no concelho, garante que “aqui houve um grande rigor” na avaliação dos processos.
“Em Oliveira do Hospital não há casos de casas a serem investigadas pelo Ministério Público e temos a certeza que as casas que estão a ser reconstruídas são todas casas de primeira habitação” afirmou, lembrando o esforço coletivo que tem sido feito para recuperar as habitações que arderam e para não deixar que ninguém dormisse debaixo da “ponte”. “Pergunta-me se estou feliz, eu digo-lhe que amanhã serei um presidente mais feliz porque inauguraremos outras casas, eu serei completamente feliz quando tiver estas casas todas concluídas” referiu o edil, que apesar de admitir alguns atrasos, entende que para a complexidade dos processos, a reconstrução das casas até corrido “bem”.
Com um brilho nos olhos e de sorriso estampado no rosto, Maria da Conceição, a proprietária, mostrava-se “muito feliz” por ver devolvida a sua habitação, agora totalmente renovada, depois do ano passado o inferno lhe ter destruído parte dos seus haveres e do irmão. Realojada pela junta de Freguesia, numa casa do bairro social, Maria da Conceição diz que esperou o tempo que foi “preciso”, entendendo que estas “coisas não se fazem de um dia para o outro”. Com mais sete casas para reconstruir na freguesia, no âmbito do contrato com a CCDRC, a presidente da Junta, Margarida Claro compreende as queixas apontadas ao processo, mas garante que ninguém ficou sem um teto para viver. “Nós sabemos que queixas existem sempre e que o ideal era ser mais rápido, mas toda a gente sabe que é impossível” diz.