Associações exigem mais apoio do Estado.
As Entidades Gestoras de Equipas de Sapadores Florestais, reuniram, no Luso, onde decidiram, por unanimidade, elaborar um documento reivindicativo a enviar à tutela.
Em causa estão algumas questões que preocupam e constrangem a atividade destas equipas, nomeadamente a questão do valor do apoio público atribuído anualmente ao seu funcionamento, que não é aumentado há 17 anos. “Isto é absolutamente insuportável”, referiu o presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), Vasco Campos, que enquanto entidade promotora, juntou no Luso, a grande maioria das entidades gestoras de equipas de sapadores florestais.
Um encontro que foi, no fundo, um grito de alerta perante as dificuldades vividas no setor, e que ameaçam mesmo a continuidade destes agentes que “são confrontados com cada vez mais exigências”, sem a devida compensação financeira. “Neste momento, não dá, as entidades não aguentam o funcionamento das equipas”, garante o presidente da FNAPF, lamentando que esta situação “vá contra tudo o que estava preconizado” aquando da criação do Programa Nacional dos Sapadores Florestas.
Outra reivindicação das associações prende-se ainda com diminuição da área de serviço público que é prestado por estas equipas. “Não podemos andar a pagar para fazer serviço público”, alerta aquele dirigente, para quem o Estado tem desinvestido nestes agentes de proteção civil, também ao nível da renovação do parque de viaturas e do próprio equipamento individual dos sapadores. “É uma questão de imagem que damos para a própria sociedade”, refere Vasco Campos, que chama a atenção para o facto de haver muitas equipas com viaturas com 15 anos e mais, “bastante degradadas”.
“É necessário repor o equipamento, não só as viaturas como o equipamento individual, utilizado no combate a incêndios florestais”, entende Vasco Campos, lembrando que outros agentes de proteção civil, criados mais recentemente, não sentem estes problemas. “Vejo-os a brilhar e os sapadores muitas vezes com fardas rotas, eu questiono se não são filhos da mesma mãe?”, pergunta, lamentando que as equipas de sapadores não tenham o apoio que deviam ter por parte da tutela, quando são as únicas que fazem verdadeiro trabalho de prevenção na floresta portuguesa.
“Se não houver esse trabalho não tenhamos dúvidas que o risco de termos mais ocorrências e dos incêndios florestais tomarem grandes proporções é maior”, afirma o presidente da FNAPF, acreditando que o encontro do Luso poderá ser decisivo para o futuro destas equipas, na medida em que fizeram soar uma “campainha” de alarme para a situação de um setor que tem vindo sucessivamente a perder protagonismo. “Durante o encontro já nos foram dados sinais de que algumas coisas vão mudar, mas temos de concretizar” garante, adiantando que durante o encontro foi decidida a criação de uma Comissão representativa das diversas entidades gestoras para debater estes problemas junto da tutela.