Autarquia coloca fasquia nos 80 mil visitantes e acredita que é possível com o bilhete geral.
A EXPOH – Feira Regional de Oliveira do Hospital, regressa este sábado ao parque do Mandanelho, com a ambição clara de ser a maior festa da região da Beira Serra e concelhos limítrofes. O certame que, volta a captar mais de uma centena de expositores, tem como grande novidade, o bilhete geral de 10 euros, que dá acesso a todos os dias da feira e aos seus mais variados espetáculos, representando uma poupança de sete euros em relação à compra do bilhete diário.
A ideia, garante o presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, é trazer “mais e mais gente” à edição deste ano da EXPOH, tentando inverter um pouco aquilo que tem sido até a tendência dos últimos anos, em que se registou um decréscimo do número de entradas relativamente aos primeiros anos do certame. “A ideia fundamental é sermos capazes de atrair mais pessoas. Temos consciência que as receitas em termos de bilheteira baixarão, logicamente, mas ao mesmo tempo o nosso objetivo é trazer mais pessoas, para os nossos expositores também poderem repetir a sua presença. É essa a tentativa que estamos a fazer de atingirmos outros objetivos e outros números”, explica.
Com um cartaz mais “equilibrado” que os anteriores, com alguns nomes conhecidos do panorama musical nacional, o autarca acredita que é possível atingir, este ano, um recorde de visitantes, e traça como objetivo conseguir pelo menos mais 20 mil entradas que o ano passado. “Temos vindo a crescer sustentadamente, de forma diferente até de alguns certames deste género, porque há muitos concelhos que fazem estas feiras com entradas absolutamente gratuitas. Aqui nunca fizemos isso. Este ano temos o bilhete geral de 10 euros, que é uma tentativa de aumentar o número de visitantes”, explica o edil para quem o ideal seria chegar aos 80 mil. “Isso seria o meu sonho, nesta fase”, diz, lançando o convite aos oliveirenses para virem à feira, se não for nos dias em que a entrada é paga, pelo menos, nos dias com entrada gratuita, para contribuírem também para o seu crescimento.
A registar uma forte adesão nos locais de venda, o bilhete geral tem como missão ajudar a captar público não só do concelho, mas da região envolvente, já que é para esse público que a EXPOH trabalha sobretudo este ano. “Nós não concorremos com ninguém, não vale a pena pensarmos o contrário”, deixa claro o presidente, assumindo a dimensão “absolutamente” regional do certame. “Não temos problemas em relação a sermos uma feira para a nossa região, para os concelhos limítrofes e não mais do que isso. Poderão dizer que é alguma falta de ambição, não é falta de ambição, até porque nós já fazemos uma feira de âmbito nacional (a feira do queijo) mas esta não”, garante.
Virada para Oliveira do Hospital e região envolvente, Alexandrino admite que esta feira ainda não deu o “salto” também por motivos de sustentabilidade financeira do próprio certame. “Há outros que atingiram outra dimensão, mas também têm outro investimento”, lembra, não evitando a comparação com o certame que arranca também este fim de semana em Cantanhede. “Querer comparar a EXPOH com a EXPOFACIC, não vale a pena.
A EXPOH tem um investimento na ordem dos 120/125 mil euros, e a EXPOFACIC custa um milhão e meio de euros, conseguindo gerar receitas e dar lucro”, relata o autarca, apostando num cartaz à “nossa” dimensão, julgando que a EXPOH está a fazer o seu caminho, tendo conseguido, em seis anos, impor-se como um grande cartaz de animação da região, nesta altura do ano. Independentemente dos números, “achamos que a EXPOH é uma feira digna, não é uma feira que nos envergonhe, é uma feira que nos traz gente e que torna Oliveira do Hospital, nestes dias, a capital desta região” remata Alexandrino, com encontro marcado com os oliveirenses já a partir deste sábado, no parque do Mandanelho.
Mudança de “figurino” da EXPOH continua em aberto
Alexandrino entende que mais dia, menos dia, a Feira tem de acolher a indústria tradicional do concelho.
É uma velha discussão desde o início desta EXPOH. Mudar ou não mudar o local do certame para este acolher a indústria tradicional do concelho, como é o setor das confeções. Por enquanto, Alexandrino garante ainda não estarem reunidas as condições para essa verdadeira revolução da Feira Regional de Oliveira do Hospital, que necessitou, essencialmente, nestes primeiros anos de “vida” de se revitalizar e se consolidar com “um espaço de reencontro de Oliveira e das suas gentes”. “Isso não implica que eu não tenha a ambição de ter uma feira diferente. Sempre disso isso”, garante o edil, consciente que para a tornar “grande” precisa, sobretudo, de “atrair a nossa indústria tradicional, as nossas confeções, porque nós fazemos aqui os melhores fatos do mundo e não temos nenhum pavilhão onde esse setor esteja representado”.
Admitindo que a EXPOH, nos moldes em que é realizada hoje, “ainda está longe de mostrar a verdadeira dinâmica empresarial do concelho, o autarca justifica com a própria disposição natural do parque do Mandanelho que, se por um lado “é um lugar por excelência para grandes concertos, não o é para uma feira”. “Tem-se colocado a questão, onde é que temos espaço para colocar, por exemplo, uma tenda digna para as nossas confeções.
Tem-se discutido a possibilidade do próprio pavilhão municipal poder integrar a reorganização de todo o espaço expositivo da feira. Eu tenho uma opinião diferente sobre isto”, afirma o autarca, defendendo a eventual deslocalização da EXPOH para o terreno da feira mensal, ou avançar mesmo com a realização de uma outra feira, noutra altura do ano, por exemplo no mês de maio, que mostrasse “este potencial do concelho”. O autarca não duvida, por isso, que “há aqui margem para crescermos”, chamando a esta feira ainda mais atores do desenvolvimento económico do concelho.