Cerimónia comemorativa do 92º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital ficou marcada pelo apelo às entidades competentes em matéria de incêndios florestais.
O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, António Simões, defendeu, este domingo, em Oliveira do Hospital, um novo paradigma de atuação em relação à floresta portuguesa que seja capaz de reduzir, de uma vez por todas, a área ardida e o “sofrimento das populações com os incêndios florestais”.
Aquele dirigente falava na cerimónia solene comemorativa do 92º aniversário dos bombeiros voluntários de Oliveira do Hospital que, mais uma vez, serviu para quem representa os soldados da paz deixarem alguns recados a quem tem responsabilidades neste setor, nomeadamente no que diz respeito à problemática dos fogos florestais que todos os anos são um flagelo no país.
Apesar de representar uma estrutura de combate, António Simões foi claro ao defender mais investimento em prevenção, julgando que “não há nada de mais errado do que pensar que com muito dinheiro no combate resolvemos o problema dos incêndios”. “Nós próprios que estamos no combate temos de ser os primeiros a dizer que precisamos de investir mais na prevenção”, afirmou, sem complexos, o presidente dos Bombeiros de Coimbra, lamentando que de setembro até agora, ou seja, desde o final da última época de incêndios “pouco ou nada foi feito pela nossa floresta”.
António Simões garante que é preciso apostar mais na prevenção de modo a diminuir sobretudo o número de ignições, pois “não há país nenhum no mundo que tenha capacidade de resposta” face ao número de ocorrências que sem vêm registado na fase critica, onde chegam a registar-se mais de 500 incêndios por dia. “Isto dá mais de uma ignição por corporação de bombeiros”, adverte, lamentando que nem sempre a capacidade de atuação e o espirito de entrega dos soldados da paz seja reconhecido e acarinhado.
“Eu pergunto à população de Oliveira quantas habitações os nossos bombeiros já deixaram arder”, questionou, elogiando a “grande capacidade de intervenção” dos bombeiros portugueses, contrariamente “ao que é muitas vezes propalado na comunicação social por muitos daqueles que não sendo capazes de fazer melhor a montante, atiram as culpas para os outros”. António Simões pediu por isso mais empenho “a todos os agentes da prevenção”, pois “se fizessem tanto como os bombeiros fazem pelo combate porventura não passaríamos por tantas dificuldades”. (leia mais na edição impressa)